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Hospital de Braga sob investigação

Polícia Judiciária investiga as contas da anterior administração, presidida por Lino Mesquita Machado, irmão do presidente da Câmara. Terão desaparecido 500 mil euros no processo de construção de novos blocos operatórios.
Hospital de Braga é o que tem mais dívidas a fornecedores e a prestadores de serviços

A Polícia Judiciária está a inspeccionar as contas da gestão pública do Hospital de São Marcos, em Braga. O hospital apresentava um saldo positivo em 2004 e tem agora um défice de quase 40 milhões de euros.

No início deste ano, o Tribunal de Contas alertou para o facto de o hospital de Braga ter a maior dívida dos hospitais públicos, que ascendiam a 36 milhões de euros.

Segundo a edição de domingo do Correio da Manhã, a gestão de Lino Mesquita Machado, irmão do presidente da câmara de Braga, Francisco Mesquita Machado, "herdou um passivo de sete milhões e deixou um de quase 40 milhões". Este é agora o hospital português com mais dívidas a fornecedores e a prestadores de serviços.

O jornal informa ainda que duas inspectoras tentaram detectar 500 mil euros desaparecidos no processo de construção e equipamento de novos blocos operatórios. Há quatro meses, o hospital passou a ser gerido pelo Grupo Mello Saúde, numa nova parceria público-privada, com prazo de 30 anos.

Segundo a agência Lusa, a Polícia Judiciária de Braga fez, na quinta-feira, novas buscas documentais no hospital para tentar apurar a legalidade das obras do novo bloco de partos e da remodelação do Serviço de Gastroenterologia.

As duas empreitadas terão sido adjudicadas sem concurso público, apesar de envolverem valores superiores a meio milhão de euros. A investigação terá sido desencadeada devido a documentos enviados à PJ por fontes anónimas, e às denúncias do ex-administrador Rui Pereira, que integrou a anterior equipa de gestão, da qual saiu em litígio com Lino Mesquita Machado.

O ex-vogal do Conselho de Administração acusa Lino Mesquita de ter contratado funcionários sem cobertura legal e de ter adjudicado obras de valor superior a 500 mil euros sem concurso público.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, disse que está a acompanhar a investigação e que o ministério tem aumentado "o acompanhamento da gestão dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, quer públicos quer de gestão privada, neste caso como sucede com o hospital de Braga".

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