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Obama anuncia fim da guerra no Iraque

Em discurso na Casa Branca, presidente assinala retirada de tropas de combate dos EUA. Mas mais de 50 mil tropas norte-americanas ficam num país dividido e devastado. Cerca de 4.400 soldados dos EUA e 1,3 milhão de iraquianos morreram na guerra.
Obama vai evitar cantar vitória. Foto de R i c h a r d, FlickR

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizou uma visita surpresa ao Iraque para participar, nesta terça-feira, da cerimónia que encerrará oficialmente as operações de combate dos EUA no país.

O presidente Barack Obama discursa esta terça-feira à nação, a partir da Casa Branca, para anunciar oficialmente o fim da Guerra do Iraque.

Mas os EUA mantêm ainda no país uma força de cerca de 50 mil soldados que terão como principal missão treinar as forças iraquianas em matéria de segurança. Segundo o compromisso assinado entre os dois países, os Estados Unidos abandonarão completamente o país em Dezembro de 2011.

No seu discurso, prevê-se que Obama ponha a ênfase no agradecimento aos soldados que serviram no Iraque e na explicação de por que a guerra continua no Afeganistão. Não se espera que o presidente americano apresente o Iraque como “um farol de liberdade no Médio Oriente” – objectivo anunciado por George W. Bush.

O Iraque é hoje um país devastado, com uma taxa de desemprego que se situa entre os 25% e os 50%, doenças epidémicas sem controlo e 53% da população urbana a viver em bairros de lata – 11 milhões de pessoas no total, mais do dobro que em 2003, quando a invasão começou. Mais de 1,3 milhão de iraquianos terão morrido em consequência directa ou indirecta da guerra.

Morreram cerca de 4.400 soldados americanos na guerra até hoje, e 30 mil regressaram com ferimentos físicos e lesões psicológicas. Um estudo da revista Military Medicine mostra que 62% dos soldados que voltaram precisam de tratamento psicológico; 6% mostram síndrome de stress pós-traumático e 27% passaram a abusar do álcool. Além disso, muitos veteranos voltam e não encontram emprego.

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