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Trabalhadoras despedidas por SMS

As trabalhadores da fábrica de calçado Pinhosil de Arouca, que receberam a mensagem no telemóvel durante as férias, dizem que os patrões fazem “gato-sapato das pessoas”.
Fábrica de calçado - Foto de Paulo Novais/Lusa (arquivo)

Segundo a agência Lusa, as 18 pessoas que trabalham na fábrica de calçado de Arouca receberam, na passada quinta feira, a seguinte mensagem no telemóvel, sem qualquer assinatura e a partir de um número desconhecido: “A partir de segunda feira, a empresa vai fechar. Vão receber a carta para o desemprego”.

Nesta segunda feira, as trabalhadoras concentraram-se às portas da fábrica, mas o patrão passou de carro e nem sequer parou.

Fernanda Moreira, dirigente do Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra, disse à Lusa que “a Pinhosil sempre foi uma empresa que deu problemas, pagava mal e nunca entregava os subsídios por inteiro (…) mas não é assim que se tratam as pessoas”.

“Legalmente”, acrescenta, “a empresa tem que comunicar aos trabalhadores que vai iniciar o processo de insolvência – se for esse o caso – e depois falar com o pessoal e entregar todos os papéis necessários para o desemprego”.

Fernanda Moreira diz ainda: “Se o patrão não entregar as cartas, tem que ser a Inspecção do Trabalho a conduzir o processo. Mas como a Inspecção só pode intervir ao fim de alguns dias e depois ainda há outros prazos a cumprir, podem-se passar três semanas até as pessoas poderem pedir o subsídio de desemprego”.

A Pinhosil abriu há quatro anos. O proprietário, Manuel Pinho Silva, detinha antes a Pinho Oliveira, também de Arouca, cujo encerramento, segundo os funcionários da Pinhosil (todos transferidos da empresa anterior), “nunca foi bem explicado”.

Por pagar está metade do subsídio de Natal de 2009, o subsídio de férias de 2010 e os salários de Julho e Agosto.

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