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Desemprego de longa duração aumentou 38,7% num ano

O Instituto Nacional de Estatística divulgou os números do desemprego do segundo trimestre. A taxa mantém-se nos 10,6%, mas não pára de aumentar o número dos que procuram emprego há mais de um ano. Mariana Aiveca diz que as medidas do governo não dão resposta ao problema.
O Bloco de Esquerda calcula que hoje existam mais de 700 mil pessoas sem emprego e não apenas as 590 mil apontadas pelo INE. Foto Lupo Lupo/Flickr

“O que nós verificamos é que nem a economia está a crescer o suficiente para criar mais emprego, para que não haja uma estabilidade mas sim uma criação de emprego, nem também o Governo tem estado a tomar as medidas necessárias para essa criação de emprego”, afirmou Mariana Aiveca aos jornalistas, no Parlamento.

A deputada bloquista sublinhou que “face ao período homólogo há um crescimento de 1,5 por cento” do desemprego e que esta estabilização dos números “também se prende muito com a sazonalidade” do emprego gerado tradicionalmente no verão. Para Mariana Aiveca, “o Governo não deve ficar muito contente com esta estagnação dos números porque, de facto, as medidas que deveria ter tomado ainda não as tomou”.

“Estes números são ainda claramente insuficientes para responder a um problema tão grave como é o desemprego. Continuamos a ter inscritos e verificáveis 600 mil portugueses e portuguesas”, acrescentou a deputada bloquista, lembrando que de fora destas contas “ficarão muitos dos inativos disponíveis e muitas das pessoas que têm apenas um emprego parcial”, ou seja, hoje existem “mais de 700 mil pessoas sem emprego” e não apenas as 590 mil apontadas pelo INE.

Os números divulgados esta terça-feira indicam a existência de 326,2 mil pessoas à procura de emprego há mais de um ano. O secretário de Estado do Emprego também admitiu que “sem haver uma forte criação de emprego é muito difícil recolocar essas pessoas no mercado de trabalho”. Na opinião de Valter Lemos, o desemprego de longa duração será o “mais difícil” de recuperar, tendo crescido 6,9% no segundo trimestre face ao trimestre anterior e 38,7% face ao trimestre homólogo de 2009.

As taxas de desemprego mais elevadas foram registadas nas regiões Norte (12,2%), Algarve (12,2%), Alentejo (11,8%) e Lisboa (11%), enquanto as mais baixas foram observadas nos Açores (6,2%), no Centro (7,7%) e na Madeira (8,2%). Quanto ao número de empregados entre Abril e Junho deste ano, diminuiu 1,7% quando comparado com o mesmo trimestre de 2009 e 0,3% relativamente ao trimestre anterior.

A deputada Mariana Aiveca aproveitou ainda para voltar a criticar os cortes nas prestações sociais aos desempregados, dizendo que “com as medidas que entraram em vigor a 1 de agosto continuamos a ter muitos milhares sem qualquer protecção no desemprego e este é o desafio ao qual o Governo do PS terá que responder”.
 

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