Ricardo Moreira

Ricardo Moreira

Engenheiro e mestre em Políticas Públicas, doutorando em Alterações Climáticas, autor da série documental Cidades Impossíveis e deputado municipal pelo Bloco de Esquerda em Lisboa. Dirigente do Bloco.

Precisamos de um tecido produtivo mais complexo, que não aposte apenas numa atividade económica, e temos de ser rápidos, pois o turismo não voltará tão cedo.

A solução oferecida pelas autoridades gregas e europeias foi, novamente, um campo de refugiados. Construído à pressa e de novo sem quaisquer condições.

A crise da Covid-19 expôs as enormes fragilidades da ministra no que respeita à realidade dos lares e na resposta aos trabalhadores independentes.

Reduzindo o número de carros em 15% permite manter a cidade a funcionar sem problemas e aumentar o espaço público em mais de 70%.

Para enfrentarmos a Covid-19, mas também outras pandemias que possam ocorrer no futuro, temos de começar a pensar em criar espaços públicos seguros, transportes públicos que não estejam sempre em sobrelotação, comércio de proximidade que não concentre muitas pessoas.

Assinalamos positivamente este passo do PS em direção ao que há muito defendemos. Precisamos de construir uma cidade diversa, onde as famílias conseguem fixar-se e onde o turismo não é a única atividade económica.

Os problemas estruturais associados ao aumento dos casos de Covid-19 estão identificados: pobreza, precariedade e falta de transportes públicos.

O passo dado pelo Parlamento na semana passada, ao aprovar o subsídio extraordinário de desemprego e de cessação de atividade, é crucial para combater desigualdades.

Por que razão testaram os 19 mil profissionais das creches, mas não se aplicou o mesmo critério aos profissionais dos jardins de infância?

A crise social criada pela Covid-19 é muito diferente de tudo o que já vimos e a fome bateu nas ruas com uma velocidade colossal.