Fui ao teatro e saí pasmado. Porque são raras as vezes que vemos uma peça fazer-nos tantas perguntas, e menos ainda fazer-nos perguntas para as quais não temos resposta.
Há críticas a apontar ao orçamento de Fernando Medina. Ainda assim, é um orçamento municipal que não esquece a crise social, que é fruto de um acordo entre o Bloco e o PS, e que assume a resposta à pandemia como prioridade.
Todos os anos venho criticando Fernando Medina e António Costa por despejarem milhões de euros num evento de uma empresa milionária e na associação dos patrões, mas este ano o apoio à Web Summit é uma indignidade.
Desde março que não há clientes, o verão não foi metade do que devia ter sido e o natal pode nem acontecer. Desde o início da pandemia já encerraram 111 lojas na Baixa de Lisboa.
Se os privados continuam a ver aumentada a sua fatura ao Estado é porque estamos a tirar recursos da resposta pública. O SNS precisa de reforço humano, financeiro e material.
Foi anunciada uma comissão de coordenação para elaborar a estratégia nacional de combate à pobreza com nomes importantes. Esperemos que depois de elaborada, a estratégia saia da gaveta.
Precisamos de um tecido produtivo mais complexo, que não aposte apenas numa atividade económica, e temos de ser rápidos, pois o turismo não voltará tão cedo.
A solução oferecida pelas autoridades gregas e europeias foi, novamente, um campo de refugiados. Construído à pressa e de novo sem quaisquer condições.