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França: repressão policial contra mulheres imigrantes e seus bebés

A Polícia francesa agrediu fisicamente um grupo de mulheres imigrantes num subúrbio de Paris, denunciou a CNN no mesmo dia em que o Presidente, Nicolas Sarkozy, anunciou medidas para retirar a nacionalidade aos estrangeiros que atentem contra as autoridades.
Algumas das pessoas agredidas pela polícia têm documentos e outras estão à espera de serem legalizadas.

Cerca de 60 imigrantes e seus bebés, a maioria procedente da Costa do Marfim, foram arrastadas e agredidas violentamente pela polícia francesa num subúrbio de Paris. Segundo a CNN , uma das vítimas da repressão policial estava grávida, e algumas sofreram escoriações.

As imigrantes, vítimas do confronto com a polícia, estavam a viver na rua desde que foram desalojadas de suas casas na sequência de um projecto para a construção de vivendas no local, adianta o jornal Expresso. As autoridades asseguram que ofereceram alojamento temporário, mas as mulheres reclamavam por habitação permanente.

A CNN divulgou, esta sexta-feira, um vídeo, que já está disponível no Youtube, e que mostra bem a carga policial sem escrúpulos sobre as imigrantes. A dada altura é possível ver um polícia a arrastar no chão uma mulher que carregava consigo, nas costas, o seu filho ainda bebé.

Sarkozy quer retirar nacionalidade a estrangeiros 

Também na sexta-feira, o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou um pacote de novas medidas para combater a criminalidade, incluindo uma proposta que prevê retirar a nacionalidade francesa aos estrangeiros que atentarem contra as autoridades públicas.

A medida será aplicada a "todas as pessoas de origem estrangeira que de forma voluntária atentaram contra um funcionário da polícia, a um elemento da polícia militar ou outra pessoa ligada a uma autoridade pública", afirmou o chefe de Estado francês, citado pelo Expresso.

Num discurso proferido em Grenoble, palco dos recentes protestos violentos contra a morte de um alegado assaltante por disparos policiais, Sarkozy salientou que cada um deve ser "digno" para ter a nacionalidade francesa.

O governante francês propôs ainda que no caso de menores, que tenham cometido algum delito, seja recusada a nacionalidade de forma automática quando atingirem a idade adulta.

Sarkozy pretende também "avaliar os direitos e os benefícios que são acessíveis aos estrangeiros em situação irregular", porque, defendeu, “uma situação irregular não pode conferir mais direitos que qualquer outro cenário regular e legal”.
 

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