You are here

Corrupção: Portugal não cumpre recomendações da OCDE

Segundo o relatório recém divulgado pela Transparência Internacional, Portugal está entre os Estados membros que aplicam "pouco ou nada" as recomendações da OCDE sobre corrupção internacional.
Portugal está entre os Estados membros que aplicam "pouco ou nada" as recomendações da OCDE sobre corrupção internacional. Foto de David Boyle / Flickr

O relatório divulgando nesta quinta-feira pela Transparência Internacional (TI) revelou que Portugal quase não aplica as convenções da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), para combater a corrupção internacional. O surgimento do Canadá entre os países pior avaliados mereceu destaque por parte da TI. A organização entende que a crise financeira internacional não pode servir de desculpa para os governos da OCDE ignorarem o seu compromisso com o fim da corrupção internacional.

“Muito pelo contrário, a limpeza da corrupção no estrangeiro deve ser considerada como parte importante das reformas necessárias para superar a crise internacional”, assinala a TI no seu relatório.

No relatório sobre a aplicação da convenção da OCDE para combater a corrupção de funcionários estrangeiros nas transacções comerciais internacionais, mais da metade dos 36 integrantes receberam duras criticas. África do Sul, Áustria, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Grécia, Hungria, Irlanda, Israel, México, Nova Zelândia, Polónia, Portugal, República Checa e Turquia, os países referidos pela TI como não cumpridores das convenções da OCDE. Em conjunto representam 15 por cento das exportações mundiais.

No grupo de países que aplicam a convenção da OCDE de forma “moderada”, foram incluídos: Argentina, Bélgica, Coreia do Sul, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Japão e Suécia. Juntos representam 21 por cento das exportações mundiais. Apenas sete países “aplicam activamente” as indicações da OCDE: Alemanha, Dinamarca, Estados Unidos, Itália, Noruega, Reino Unido e Suíça. Em conjuntos estes países respondem por 30 por cento das exportações mundiais

A TI salientou ainda que desde o início da publicação do relatório o número de países que cumprem razoavelmente o acordo duplicou, dos oito iniciais para dezasseis. Mas lembra a organização que um terço das exportações mundiais são feitas por países que não integram a organização e que nos últimos anos aumentou o costume de solucionar casos de corrupção no estrangeiro através de “acordos negociados”.

“O papel crescente da China, da Rússia e da Índia não pode ser ignorado”, afirma a TI, que justifica: “Como a sua parte nas exportações mundiais está a crescer, é essencial que estes países joguem com as mesmas regras do que os outros países exportadores.”

Termos relacionados Internacional
Comentários (2)