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Precários advertem que a corda não estica mais

Doze bonecos pendurados nas entradas de Lisboa pelo movimento Precários Inflexíveis alertam para a situação de precariedade a que são empurrados mais trabalhadores devido às medidas da chamada austeridade.
Doze bonecos foram pendurados nas entradas de Lisboa. Foto dos PI

Os automobilistas que entraram na manhã desta terça-feira em Lisboa não puderam deixar de ver uma silhueta presa por uma corda e pendendo de um viaduto. Doze destes bonecos foram presos em doze entradas da cidade. Ao lado, uma faixa explicava: “Precários por um fio – patrões de barriga cheia”; ou: “Precários por um fio – 700 mil desempregados”.

“Os Precários Inflexíveis, com esta acção, querem mostrar que a sua corda não estica mais e que os ataques contidos nas medidas de austeridade do governo, os PECs, não são pontuais”, explicou Marco Marques, em nome dos PI, ao Esquerda.net. “O seu objectivo é acabar com o que resta de contrato social, impondo a precariedade como única solução viável ao desemprego. Nós não aceitamos isso.”

Marco Marques lembrou que "hoje, quem cai no desemprego dificilmente volta a encontrar um emprego que não seja precário", e que "muitos dos precários não têm direito a subsídio de desemprego, porque trabalham durante curtos períodos de tempo, nem a subsídio social de desemprego".

Uma delegação dos Precários Inflexíveis foi ao Ministério das Finanças entregar um documento com a sua visão sobre as políticas seguidas pelo governo, “explicando que a nossa corda está a partir, porque não estica mais, e que não o aceitaremos”, diz o movimento em comunicado.

Os PI recordam as medidas do primeiro Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), em Março. “Diminuíram os apoios sociais, que tornaram Portugal um dos países onde o tempo necessário para a obtenção do subsídio de desemprego é o mais longo, foi imposto um garrote orçamental que degrada os serviços públicos e começou um plano de privatizações.”

O comunicado recorda que “Em Julho a história repete-se com a entrada em vigor do PEC2. Desta vez foi o aumento, cego e injusto, de impostos sobre o rendimento e o consumo. Tudo isto acompanhado de medidas populistas para justificar a inevitabilidade das medidas injustas. O verdadeiro objectivo: baixar as expectativas e as condições de trabalho para o conjunto dos trabalhadores e da população.”

Para o movimento, estão a criar-se condições para uma nova era. A era do “Salve-se quem puder”.

Veja o site dos Precários Inflexíveis

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