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France Telecom: Suicídios e pressão laboral
Foram 40 tentativas de suicídio, 25 das quais consumadas em apenas 18 meses. O assédio aos trabalhadores da France Telecom, alvo de transferências arbitrárias, penalizações e aumento da pressão tinha como objectivo a saída de 22 mil trabalhadores, segundo uma reportagem da edição francesa da Vanity Fair.
Nos cinco anos decorridos desde a privatização, a France Telecom mandou embora 30 mil trabalhadores e fechou um terço das sedes no território francês. Calcula-se que em 2008 a soma dos dias de baixa tenha sido de 2 milhões para 100 mil trabalhadores.
O relato dos trabalhadores recolhido pelo jornal Le Monde corrobora o clima de terror instalado: "Eu não falo nem das reestruturações, nem da supressão de postos de trabalho, mas sim do ambiente e da gestão do dia a dia. É uma gestão pelo terror. Somos obrigados a pedir autorização ao nosso chefe para ir à casa de banho. Se a pausa ultrapassa um minuto, devemos fornecer uma explicação por escrito. Os pedidos de feriado permanecem sem resposta."
A oposição pediu a demissão de Didier Lombard, o presidente da empresa tem o Estado como principal accionista com 26,7% do capital da France Telecom. Para responder à crise social instalada, apenas o nº 2 da empresa avançou para a demissão e foi anunciada a suspensão dos planos de reestruturação, a par de medidas de apoio psicológico aos trabalhadores.
Os dirigentes da empresa acabavam por ser os principais beneficiados dos suicídios, uma vez que recebiam um pagamento extra (entre 15% a 40% do seu salário) pelo sucesso na desmotivação no pessoal, evitando o custo da indemnização devida em caso de despedimento.
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