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Mais duas mulheres assassinadas pelos companheiros

A noite de domingo ficou marcada pela violência doméstica no Estoril e no Cacém. Duas mulheres que já tinham apresentado queixas na PSP foram mortas a tiro e um dos agressores acabou por se suicidar. No ano passado morreram 29 mulheres e outras 28 escaparam de tentativas de homicídio por parte dos companheiros.
As duas vítimas já tinham quebrado o silêncio e procurado ajuda junto da PSP. Foto Pietro Naj-Oleari

Os dois assassinatos ocorreram à mesma hora e separados por poucos quilómetros.  Segundo o Jornal de Notícias, a polícia foi chamada a Alapraia, no Estoril, à casa onde Margarida Alves, com 54 anos, estava sequestrada pelo marido. O agressor tinha a porta barricada e ameaçou incendiar a casa, o que acabou por fazer após regá-la com gasolina. Cercado pelos elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP, ainda disparou sobre os polícias, antes de se suicidar. Ambos os corpos acabaram consumidos pelas chamas.

No Casal do Cotão, no Cacém, outra mulher foi baleada na rua com seis tiros no peito e na cara. O JN aponta o ex-companheiro de Miloca, como era conhecida pelos vizinhos, que relataram o clima de medo em que vivia esta mulher de 35 anos com dois filhos do agressor, ainda a monte.

Para além da coincidência na hora dos crimes, ambas as mulheres tinham já apresentado queixa na PSP por agressões dos companheiros. Na segunda-feira, a secretária de Estado para a Igualdade, Elza Pais, anunciara o aumento do número de queixas por violência doméstica em mais de 11% ao ano.

O Observatório de Mulheres Assassinadas da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) registou 29 mortes e 28 tentativas de homicídio no ano passado em casos de violência doméstica. 62 por cento dos homicidas eram companheiros, maridos, namorados ou o homem com quem a vítima mantinha relação, sendo que 38 por cento  foram perpetrados por homens de quem as vítimas já se tinham separado.

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