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Lá vêm eles de novo

Voltaram à carga, nalguns blogues (por exemplo, aqui e aqui), os ataques à maioria que dirige a CT da Autoeuropa e ao seu Coordenador com o único objectivo de atacar publicamente o Bloco de Esquerda.

Para isso recorreram a uma suposta novidade sobre a Autoeuropa no fundo um copy paste de um artigo de um ex trabalhador da Autoeuropa, (saiu em 1995) que desempenhava o cargo de assessor do Director de Recursos Humanos, na altura como agora um alemão, a que acrescentaram os comentários do costume, como diz o povo e com razão, é normal que se lambam as feridas e elas são muitas depois da eleição da CT de Março passado.

É claro que tal copy paste não é inocente, o mesmo já tinha sido publicado na Revista comunista o Militante de Outubro passado e visa apenas denegrir os Trabalhadores da Autoeuropa, os dirigentes da Comissão de Trabalhadores e principalmente a minha pessoa.

Já tinha lido algumas referências no blogue Arre Macho, mas também em vários blogues comunistas que proliferam pelo país.

No blogue Arre Macho, alguém escreveu que aquela reprodução feita no Militante não era mais que uma masturbação ideológica e tem razão.

A masturbação ideológica tal como as outras, é algo que se faz à falta de melhor argumentos e principalmente para enganar o estado de alma.

E os argumentos em falta, são as constantes derrotas das listas apoiadas pelos comunistas nas eleições para a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, apesar de todo o trabalho feito pelos funcionários.

Mas para já, vou-me cingir aos factos, esperando não interromper o prazer de quem se deleita com tais copy paste.

Em 1994, os Trabalhadores da Autoeuropa decidiram criar uma Comissão de Trabalhadores, fizeram aprovar os Estatutos e de seguida tentou-se criar uma Lista única para a CT.

De imediato se percebeu as manobras do Damasceno e de outras pessoas, manobras que passaram por criar uma lista alternativa, a B, rompendo com a lista única e enviar para formação no Estrangeiro os 3 dos elementos que encabeçavam a Lista A, afecta à CGTP (António Chora, Manuel Martins e Luís Costa).

Realizadas as eleições, a lista A elegeu estes 3 elementos e a lista B 8.

O que se passou durante o mandato desta Lista, apesar das descrições do Damasceno, foi que se conseguiu implementar os turnos rotativos (o que dava mais 15% de salário) enquanto a maioria das fábricas de automóveis a laborar na altura em Portugal o faziam em turnos fixos sem os tais 15%, um aumento salarial de 6,5% para uma inflação de 5% e aqui recordo que não se produzia um carro na altura pois todos estávamos em formação.

No ano seguinte e tendo saído alguns membros da Lista B foi possível fazer uma lista única, situação que durou até Maio de 1997.

A partir desta data e até hoje, tem sempre havido duas, três, quatro e mesmo cinco listas concorrentes à CT e não vou perder tempo com as suas colagens politico-sindicais.

Desde 1997 que estou como Coordenador da CT (com um pequeno interregno de 6 meses em que uma lista apoiada pelos comunistas ganhou as eleições (ver Avante de1 de Abril de 1999) e que em Outubro os Trabalhadores em Plenário exigiram que se demitisse o que felizmente acataram.

Daí para cá, os Trabalhadores tem reconhecido nas listas que tanto eu, como o Manuel Martins encabeçamos as melhores pessoas para os apoiarem e dirigirem.

Tal facto tem sido um engulho na garganta de muita gente, pois coisas tão simples como o voto secreto nas principais decisões, os mais de 20 comunicados anuais, a formação de uma coordenadora de CTs do Parque e o respeito pelas decisões dos Trabalhadores, tem obrigado a enormes cambalhotas de alguns, que começam por atacar os DownDays, em 2003 fazendo os trabalhadores trocar os dias em casa por dias de férias.

O Capital manobrou e perdeu, os outros... continuam a manobrar e a perder, perdem CCT, perdem sindicalizados, perdem adesões a greves, perdem eleições nacionais e para as CTs, mas mantêm, uma pureza ideológica própria daquilo que foi a ultima e desastrosa face da União Soviética do século passado.

O tempo não é de calúnias mesmo que subtis, o tempo é de encarar que a defesa dos Trabalhadores se faz com eles e não contra eles.

As últimas eleições da CT na Autoeuropa (11/03/10) em que a lista que liderei aumentou cerca de 200 votos enquanto todas as outras perderam, mostra em quem os Trabalhadores da Autoeuropa acreditam.

Por muito que estas criaturas manobrem, façam copy pastes ou difamem, o que ainda não perceberam e não sei se algum dia vão perceber (e por isso a grande ofensiva patronal contra os direitos laborais), é que tanto nos sindicatos como nas Comissões de Trabalhadores, para defender efectivamente os Trabalhadores e não os partidos, hoje, mais do que ideologia é necessária muita competência.

Sobre o/a autor(a)

Dirigente do Bloco de Esquerda. Coordenador da CT da Volkswagen AutoEuropa. Deputado municipal no concelho da Moita.
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