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Hospitais cortam salários

Até esta segunda feira, todos os hospitais têm de entregar ao ministério da saúde planos de redução de custos. O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental tenta impor um corte de 2% nos salários dos médicos tarefeiros.
Urgência do Hospital S. Francisco Xavier - Foto da Lusa (arquivo)

Termina nesta segunda feira, 12 de Julho de 2010, o prazo de vinte dias estabelecido pelo ministério da saúde para os hospitais entregarem planos de cortes nas despesas,que devem obrigatoriamente incluir um corte de pelo menos 5% nas horas extraordinárias.

Segundo noticia o Diário de Notícias desta segunda feira, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), que engloba os hospitais de S. Francisco Xavier, de Santa Cruz e Egas Moniz, impôs aos médicos tarefeiros uma redução de 2% no seu salário.

De acordo com uma médica que decidiu terminar o contrato, “eles contactaram todos os clínicos que foram contratados através de empresas, reformados ou não. Queriam uma resposta em cima da hora”.

Segundo a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), os médicos recém-especialistas estão a ser contratados pelos hospitais como prestadores de serviços, enquanto os de medicina geral estão a ser integrados no SNS, mas com salários “abaixo da tabela”.

Sérgio Esperança, dirigente da FNAM, disse à agência Lusa que teme o agravamento da situação, salienta o pedido de reforma antecipada de 500 clínicos e “instruções claras dadas às administrações para que não sejam feitos concursos para a colocação de novos especialistas”, frisa que se trata de uma “clara agressão ao SNS” e conclui: “Vai haver serviços que vão encerrar por falta de médico de família”.

O Diário de Notícias conta que o Sindicato Independente dos Médicos denunciou que no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, o conselho de administração fez alterações "amputando as escalas de urgência nas especialidades de cirurgia geral, medicina interna e ortopedia, deixando, em grande parte do dia, um único especialista em serviço".

Na semana passada, o deputado João Semedo do Bloco de Esquerda questionou o governo sobre os cortes decididos pelo conselho de administração do Hospital de Santarém que reduziu os custos com prestadores externos para assegurar o Serviço de Urgência e a redução do pagamento de horas extraordinárias. Semedo pergunta, nomeadamente, se estas medidas significam que “ que irão ser reduzidos os elementos das equipas de urgência e aumentar o congestionamento e os tempos de espera no Serviço de Urgência”.

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