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Estádios de futebol: Portugal, 10 – Suíça ou Áustria, 4
A realidade é bem diferente. A Suíça e a Áustria, países onde os cidadãos gozam de um elevado nível de vida, organizaram o europeu de 2008 com a necessária contenção de gastos. Parece que nesses países as verbas para a saúde, a educação e as outras tarefas fundamentais do Estado, são mais importantes que a construção de estádios.
Em Portugal a opção foi bem diferente. Num país sempre com problemas orçamentais, milhões de euros do erário público foram mobilizados para a construção de uma dezena de grandes estádios. Muitos destes estão hoje abandonados (como no Algarve) ou subaproveitados (com as bancadas quase vazias nos jogos que ali se realizam).
O triângulo construção civil - política - futebol funcionou na perfeição. Pôr as verbas do Estado a servir os interesses das grandes empresas da construção civil ou dos caprichos dos dirigentes do futebol, foi o papel dos políticos dos governos do rotativismo PS-PSD.
Construir os maiores estádios, as maiores auto-estradas, os maiores aeroportos, as maiores pontes... sem ter em atenção a realidade do país, garantindo chorudos lucros a empresas privadas, sempre à custa dos dinheiros públicos... eis o melhor caminho para um governante assegurar o seu lugar futuro num Conselho de Administração...
Depois como é óbvio, os portugueses têm de ouvir pela milésima vez o discurso da contenção do défice. Mais uma vez o Estado terá de cortar nas verbas para coisas de menor importância... como a saúde ou a educação...
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