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Lucros e salários indecentes
Perante a crescente indignação social face à desfaçatez com que nas empresas que recebem milhões, em ajudas saídas directamente do bolso dos contribuintes, administradores e accionistas continuam a manter ou aumentar remunerações milionárias, enquanto milhares de trabalhadores conhecem o desemprego, Sarkozy viu-se forçado a fazer um decreto sobre o tema.
Igualmente em França, sucedem-se os casos de administradores de grandes empresas sequestrados por trabalhadores em luta contra ameaças de despedimentos. Caterpillar em Grenoble, Sony em Dax, 3M em Pithiviers, Fnac em Paris, são alguns exemplos de um movimento espontâneo de trabalhadores, reflexo de um mal estar social crescente.
Em Portugal tal tema não merece grande atenção. Apesar da tão falada crise, podem administradores e detentores do capital estar descansados... o Estado garante que as suas remunerações continuarão intocáveis. Haverá sempre um subsídio público disponível.
José Sócrates nem se preocupa em fazer decretos para tentar calar o descontentamento, como o seu amigo Sarko. Ele não alinha na "inveja social", como referiu quanto criticaram a choruda remuneração do seu correlegionário Armando Vara no BCP.
A preocupação com o défice só se aplica para cortar verbas para a saúde e educação e restantes serviços públicos. Os milhões saídos do orçamento do Estado para o sector privado não constituem problema...
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