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Presidência belga da UE: mais da mesma crise

O programa da presidência belga da União Europeia, que se prolongará até final do ano, foi debatido no plenário Parlamentar de Estrasburgo que decorreu na semana que agora finda. A maior novidade da situação não está no programa mas nas circunstâncias: uma presidência exercida por um governo em gestão de negócios correntes enquanto espera a formação de outro. Quanto ao programa, "os objectivos apresentados vão no sentido de mais Plano de Estabilidade e Crescimento, mais insistência no défice e na dívida pública", comentou Marisa Matias, deputada do GUE/NGL.

A intervenção de Marisa Matias foi feita em plenário na sequência da apresentação do programa da presidência feita pelo primeiro ministro belga demissionário, Yves Leterme, representante dos cristãos democratas, que não conseguiram melhor do que o quinto lugar nas recentes eleições. "Apelo a que as medidas anunciadas para este governo sejam claras, transparentes e que, acima de tudo, sejam democráticas, o que até agora não tem acontecido", afirmou a eurodeputada portuguesa.

As esperanças em relação a uma mudança qualitativa no tipo de combate à crise são nulas, de acordo com as palavras de Marisa Matias. "As medidas anunciadas", disse, "vão reforçar o governo monetário, mas não o governo económico" e "com medidas como a redução de salários, como as que têm sido aplicadas no âmbito do PEC, não há competitividade possível".

"Insistir no mesmo", sublinhou a eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda, "é insistir em medidas recessivas, que só vão trazer ainda mais recessão".


Artigo publicado no portal do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu

Marisa Matias - Presidência Belga - Governo monetário e Governo económico - 2010/07/07

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