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Sondagens

Contados os votos das eleições, veio o debate das sondagens e das suas culpas. Já só falta o PS vir dizer que perdeu porque as sondagens o davam vencedor, tantas são as desculpas de sucessivos líderes partidários, usando o argumento da pressão das sondagens sobre os eleitores. O que se deve fazer então com as sondagens?

Primeiro, os factos. Todas as sondagens da última semana davam o Bloco abaixo do que realmente obteve: 10,1% na Eurosondagem, 9% na Católica, 9,9% na Intercampus, para 10,7% dos resultados finais do Bloco. Uma delas dava a CDU com mais votos, as outras com menos, todas se enganaram nas contas.

Depois, as pressões. É claro que as sondagens pressionam. Houve mesmo uma célebre sondagem na véspera das presidenciais que dava Soares à frente de Alegre por grande margem. E algumas são feitas para pressionar, outras são sérias do ponto de vista profissional (e enganam-se em circunstâncias de muita abstenção). Leia-se o blog de Pedro Magalhães, que discute estas questões com muita consistência. Mas pensar que se evitam as pressões proibindo as sondagens é pueril.

Só se combatem as pressões na consistência da campanha. Para uma força de esquerda, o que é decisivo é cada vez mais o contacto directo com as pessoas, criar meios de comunicação e de informação que sejam livres e que contrariem a ideologia dominante. Assim fazemos e assim faremos no Bloco de Esquerda. E esse é o grande desafio para a política moderna da esquerda no século XXI.

Sobre o/a autor(a)

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.
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