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SCUTs e portagens: o pior de tudo é juntar o PS e o PSD
O primeiro erro é construir auto-estradas a mais. Temos das maiores, senão a maior capitação de quilómetros de auto-estradas na Europa. Venceu assim o lobby da construção civil, que ganhou uma renda por mais de quarenta anos. Mas não era preciso. Bastava ser sensato: pode-se construir estradas rápidas e seguras que não sejam auto-estradas, e é o que se deve fazer sempre que haja poucos carros a usar esse trajecto (menos de 15 mil por dia). É o que fazem outros países europeus.
O segundo erro foi prometer tudo a todos. Financiamento às empresas e gratuitidade às pessoas. Ora, somos nós, contribuintes, quem paga sempre. Pagamos em impostos e pagamos em portagens. O que é inaceitável é pagar duas vezes e não ter alternativa.
O terceiro erro, agora, é impor portagens contra o prometido e contra a evidência. Alguém encontra uma alternativa de atravessamento da região no Algarve, que não seja a Scut? Ou em algumas das auto-estradas do Norte? Ou nas circulares urbanas? Não há alternativa e não devia haver portagem sem alternativa razoável.
Depois destes três erros, temos agora o quarto, o da chantagem. O PS e o PSD negoceiam o tudo ou nada: para chegarem a acordo, portagem em todas as estradas, diz o PSD. E o PS agradece. Assim, parece que nem propôs nem quis esta solução, mas é a que mais convém às receitas orçamentais, e estamos no tempo do vale tudo.
Verifica-se assim uma velha lei da política portuguesa: as medidas do PS são péssimas, as medidas do PSD são péssimas, mas quando se juntam os dois é muito pior do que péssimo.
Comments
Tudo bem Louçã, mas vamos a
Tudo bem Louçã, mas vamos a um caso concreto, que alternativa têm os habitantes da Margem Sul á Ponte 25 de Abril, e não pagam portagens há dezenas de anos?
É verdade que se deveria ter apostado em estradas em condições, em vez de auto-estradas, mas se os numeros são exactos, em 2009 as Scuts ficaram ao Estado em mais de 600 milhões de Euros .
Por isso o principio do utilizador pagador , não é incorrecto.
Vemos grande mobilização contra as portagens, num momento de crise, em que muitas familias mal têm dinheiro para comer, e para outras necessidades básicas, e eu pergunto, porque não uma grande campanha pela utilização de transportes públicos, e um reforço de verbas na sua melhoria.
É que os transportes publicos podem servir TODOS, as Scuts só alguns....
@ a.pacheco Isso é desculpar
@ a.pacheco
Isso é desculpar um erro com outro erro. Onde não há alternativa viável não pode haver portagens.
Parece-me que fala a partir de uma posição confortável: não se esqueça que para saber o que são os transportes públicos em Portugal é preciso sair-se de Lisboa ou Porto, para perceber a realidade no país. Não se trata de melhoria, trata-se de algo que em termos práticos é INEXISTENTE e antes de se pensar em campanhas é preciso que primeiro essas redes *existam* para que possam funcionar na prática. Pergunte a um cidadão do Mamodeiro (apenas um exemplo aleatório, a uns 5 ou 6kms de Aveiro cidade) que transportes públicos é que tem para ir a Aveiro. E trata-se de uma localidade com uma extensa zona industrial, não é propriamente uma aldeia recôndita.
A alternativa à Ponte 25 de
A alternativa à Ponte 25 de Abril é o transporte público (comboio e barco). Não podemos sempre ver a questão das alternativas como se o transporte rodoviário fosse o único existente.
A questão das SCUTs não é fácil mas penso que o Francisco coloca-a de forma correcta. Obviamente que a prioridade tem de ser o transporte público, não o transporte individual. Mas penalizar o transporte individual em zonas onde as pessoas não têm outra forma de se deslocar não faz sentido.
Penso que se deve separar também o transporte individual do transporte de mercadorias. Se o argumento para as SCUTs em certas zonas é o sub-desenvolvimento económico então faz sentido subsidiar o transporte de mercadorias. Já o subsídio ao transporte individual, que é o que se discute implicitamente neste debate, é algo que me parece muito difícil de justificar na grande maioria dos casos.
JÁ EXISTEM PROPOSTAS DO BE NO
JÁ EXISTEM PROPOSTAS DO BE NO SENTIDO DE O ESTADO NÃO INCENTIVAR O USO PRIVADO DO AUTOMÓVEL, POR EXEMPLO A PROPOSTA QUE DISTINGUE A LOTAÇÃO DOS CARROS QUE ACEDEM AOS CENTROS URBANOS(MAIS 50% OU MENOS, DE LOTAÇÃO) DE FORMA A QUE SEJA FEITA A DISTINÇÃO NO VALOR DA PORTAGEM QUE RESULTA NA BUSCA DE ALTERNATIVAS AO AUTOMÓVEL INDIVIDUAL OU NA PARTILHA DO MESMO.
EXISTE UMA CLARA POSIÇÃO DE DEFESA DA REDE FERROVIÁRIA COMO ALTERNATIVA AO TRANSPORTE RODOVIÁRIO E POR UM SERVIÇO PUBLICO MELHOR NESTE MODO.ESTAS ENTRE OUTRAS PROPOSTAS PERMITEM-NOS REVER TODA ESTA POLÍTICA DE PAGAMENTO DAS SCUT. O FACTO É QUE IMPOSTOS FORAM PAGOS PARA QUE O ESTADO FOSSE CAPAZ DE PAGAR ESTES INVESTIMENTOS. AGORA... IMPORTA MUITO DISCUTIR A FORMA COMO SE PAGOU E A QUEM (ENTRE ADJUDICAÇÕES E CONCURSOS) PORQUE JÁ ESTAMOS EM 6% LUGAR NO QUE TOCA A COBRAR IMPOSTOS, E MUITO LONGO DISSO NO QUE TOCA A DISTRIBUIR RIQUEZA E RENDIMENTOS.
Discordo do Francisco:com o
Discordo do Francisco:com o cds é pior ! A argumentação com os transportes públicos não acho que colha totalmente, são planos diferntes ( no tempo e nas escolhas politicas, não vale a pena argumentar com utopias, até "simplesmente" tecnicas, contra a realidade das portagens, e do chip,aliás ).A rede de transportes públicos quase nem existe e não se criaria em pouco tempo. E não se anda de automovel ou de camião só para passear, não esqueçam os transportes ( para Setubal de comboio ou de barco?)de mercadorias,com bens para quase todos, o que até contende com o "principio" do utilizador pagador, dos tanspoertes públicos,das deslocações por motivos profissionais, por razões de saude e tantas outras que não meros caprichos? Dizer mal do transporte rodoviário é,por vezes, correto, politicamente corretissimo,mas não esgota a prblemática..Estou com os "protestantes" , estes protestos até podem despoletar outros, não me parece de os desprezar, como birras que ocultem o essencial.
Boa tarde, Depois de ter
Boa tarde,
Depois de ter visto quase todo o programa prós e contas e de o Deputado Heitor ter falado em poluidor pagador em vez de utilizador pagador lembrei-me de uma solução. Em vez de o governo andar com isto das scuts em grande polemica porque eram umas estradas sem custo para o utilizador e agora já querem por a pagar todas ou quase todas, eu tinha outra solução para ajudar o governo nas despesas das scuts ou para melhorear as estradas a nivel nacional no ambito do poluidor pagador que era o seguinte. Por exemplo: um carro ao ir a inspecção periodica conseguia-se saber quantos km o carro fez durante cada inspecção (1 ano) fazia 100.000 km ano pagava 20 euros fazia 50.000 pagava 10,00 fazia 25.000 pagava 5,00 ou aumentar ou diminuir este valor ( 100.000=40,00 / 100.000=5,00) ou até isentar valores a baixo de 5 euros. Isto era do genero do selo do carro pagava-se em vários sitios com o selo ou arranjar maneira de pagar nas empresas de inspecção.
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