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Contra a precariedade e a gestão privada no Hospital de Braga

O Bloco de Esquerda vai apoiar a constituição de um movimento cívico contra a gestão público-privada do Hospital de Braga e, em particular, contra a administração nomeada pelo grupo Mello Saúde.
Os funcionários do Hospital de Braga queixam-se de serem alvo de pressões “para fazerem horas extra sem a devida compensação, podendo sofrer, como consequência, falta injustificada”.

A iniciativa surgiu esta segunda-feira durante uma reunião entre os deputados Pedro Soares (eleito por Braga) e João Semedo (médico e vice presidente da Comissão Parlamentar de Saúde), com os profissionais do Hospital, realizada na Casa dos Crivos, em Braga.

Os deputados ouviram diversas queixas de profissionais dos diversos sectores que trabalham e vivem em condições cada vez mais precárias, com destaque para as alegadas “pressões para que assinem contratos individuais de trabalho", sob pena de serem dispensados quando se verificar a transferência para o novo hospital, em construção.

Os funcionários queixaram-se ainda de serem alvo de pressões “para fazerem horas extra sem a devida compensação, podendo sofrer, como consequência, falta injustificada”, bem como de "tentativas de boicote de direitos fundamentais como o direito à greve".

O movimento cívico deu então os seus primeiros passos com a recolha de contactos e assinaturas na ocasião. A etapa seguinte – dizem os seus promotores - será a marcação de uma reunião para definir os seus porta vozes.

O movimento prevê incluir profissionais de todos os sectores (médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, entre outros), ordens profissionais, sindicatos, representantes de forças políticas (deputados nacionais e municipais), utentes e população.

Os profissionais que compareceram na iniciativa disseram que o ambiente no trabalho "degrada-se a cada dia", tendo começado "desde que o grupo Mello assumiu a administração".

Um enfermeiro chegou mesmo a comparar a situação actual dos profissionais com a de escravos, que foram "vendidos pelo Estado" ao Grupo Mello Saúde, sem quaisquer direitos.

Durante o encontro, João Semedo alertou os presentes para a “complexidade do processo”, salientando que o Grupo Mello Saúde "tem o apoio do Governo e dos partidos de direita".

Os deputados assumiram o compromisso de acompanhar todos os processos do Hospital, "denunciando publicamente as situações” e de promover iniciativas em sede parlamentar, para revogar o contrato de parceria entre o Estado e o Grupo Mello.

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