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Protesto em Lisboa contra violência policial

A concentração contra os abusos policiais juntou uma centena de jovens a pedir o fim da impunidade dos agentes que os cometem. A deputada Helena Pinto prestou solidariedade aos jovens agredidos.
Protesto no Largo Camões, em Lisboa. Foto Ana Feijão

Ao som de batuques, mais de 100 pessoas participaram na concentração pacífica contra a violência policial no Largo Camões, em Lisboa. O protesto foi agendado na sequência das agressões policiais desta semana que vitimaram dois jovens estudantes no Bairro Alto, um deles submetido a intervenção cirúrgica com a mandíbula fracturada.

"Como eles, muitas pessoas já foram vítimas de crimes policiais, mas pouco ou nada é feito. A regra é a impunidade", diz o comunicado que foi lido na concentração. "Com a impunidade perdemos todos: vítimas de abuso policial e os agentes que não cometem abusos", prossegue o texto, apelando à "condenação dos culpados destes crimes e sua substituição por agentes que cumpram a lei e que tenham uma formação adequada: humanista, defensiva e respeitadora dos cidadãos".

Noutra intervenção, foram recordados alguns dos casos mais recentes de abuso policial, como o que levou à morte do rapper Nuno Rodrigues (MC Snake), baleado mortalmente pelas costas quando conduzia o automóvel. A primeira versão da PSP dizia que não tinha obedecido à ordem de paragem numa operação stop, vindo mais tarde a investigação a concluir que o rapper nem sequer passou pela referida operação stop em Alcântara. Também foram referidos os incidentes de sábado na baixa de Lisboa, quando a polícia dispersou violentamente dezenas de pessoas que assistiam indignadas à prisão de um homem após um desentendimento com o empregado do café onde estava.

A deputada do Bloco Helena Pinto esteve presente nesta concentração e interveio para prestar solidariedade aos jovens agredidos e a todas as vítimas do abuso policial e para informar das iniciativas que tomou para que o ministro da administração interna, enquanto responsável político pela actuação das forças de segurança, venha dar explicações para o que aconteceu. Até agora, apenas o comando da PSP se pronunciou, negando ter havido qualquer violência exercida sobre os dois jovens e recusando comentar os ferimentos que ambos apresentaram no hospital, logo após terem sido libertados da esquadra da PSP.
 

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