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Temos um candidato

Será, assim o esperamos, o Presidente da República mais à esquerda do pós 25 de Abril. Aquele que derrotará Cavaco Silva e o seu conservadorismo, em questões que respeitam o papel da mulher na sociedade, o divórcio ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Aquele que, pela sua defesa dos Serviços Públicos, da protecção ao trabalhador nas leis laborais e de um papel regulador e interventivo do Estado, combaterá o neoliberalismo que em tudo aproxima Cavaco e Sócrates (privatizações; defesa acérrima do capital financeiro; cartilha do ajustamento orçamental brutal pelos cânones do Pacto de estabilidade e crescimento; recusa na tributação de fortunas e no combate activo à corrupção) dando um sinal de esperança e de recusa. Aquele que proporcionará um encontro vasto de esquerdas, no seguimento do Trindade e da Aula Magna. Aquele que, ao trilhar os seus próprios caminhos, se pautará pela orientação supra-partidária que o tem caracterizado nos últimos anos da investida liberal.

Nas anteriores eleições presidenciais o Bloco soube apresentar um candidato próprio que protagonizou uma campanha notável. Desta feita, sabemos que interpretar as aspirações da enorme base social que, à esquerda do PS, reclama políticas de justiça na economia, protecção do emprego e alargamento do Estado-providência, nos leva a apoiar um candidato que não é militante do Bloco. Falo da esquerda que votou em Alegre, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa. A mesma esquerda que, ao confiar no Bloco, retirou a maioria absoluta ao PS. Essa esquerda crescerá na e com a candidatura de Manuel Alegre.

Daremos o nosso melhor para que ele seja eleito.

Sobre o/a autor(a)

Sociólogo, professor universitário. Doutorado em Sociologia da Cultura e da Educação, coordena, desde maio de 2020, o Instituto de Sociologia da Universidade do Porto.
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