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Bloco propõe reabilitação urbana para recuperar economia
O projecto de lei que o o Bloco de Esquerda apresenta nesta semana pretende criar um programa de apoio à reabilitação urbana. A estratégia do Bloco é interromper os pedidos semanais de empréstimo ao estrangeiro e, segundo Francisco Louçã “uma das formas mais importantes de o fazer é precisamente não permitir que se continue a multiplicar o crédito à habitação para juros muito caros e pagamentos ao banco muito elevados”.
No projecto apresentado pelo Bloco, consta um programa de apoio à reabilitação urbana e uma bolsa de habitação para arrendamento, criando assim “uma alternativa mais barata para as famílias, o arrendamento de casas fora da especulação”. O Bloco propõe um investimento de 5 mil milhões de euros para recuperar mais de 291 mil casas degradadas, das quais cerca de 200 mil a necessitar “unicamente de pequenas obras”.
Segundo Louçã esse investimento é superior ao do TGV, mas é “recuperado cêntimo a cêntimo”, lembrando ainda que o investimento “é compatível com outros projetos de investimento elevado”. O programa conta ainda com uma componente de “pressão fiscal sobre os proprietários”, refletida num aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis até cinco por cento, caso não coloquem as habitações numa bolsa de habitação, disponíveis para arrendamento.
Outra das linhas “estruturantes” é a criação de um mecanismo de apoio ao proprietários pobres, com o Estado a assegurar, através das autarquias e do Instituto de Reabilitação. Estes proprietários “pobres” cedem, assim, os seus imóveis ao Estado, por contrato, até 10 anos, no máximo e, durante esse período o Estado aluga a casa através da bolsa de habitação e recupera o seu investimento.
“Aqui temos vantagens para os proprietários que não tinham dinheiro para recuperar as casas, paras as famílias que não querem ficar dependentes de um credito bancário muito caro, que podem ter casas melhores a preços mais baratos, para as cidades podem ter uma população que pode voltar a habitá-las”, argumentou Francisco Louçã. Segundo as estimativas do Bloco o programa permite envolver a criação de muito emprego, sobretudo ao nível das pequenas empresas, que realizarão os “pequenos trabalhos” que as casas necessitam, obras na ordem dos 25, 30 ou 40 mil euros.
Comments
Acabou a pescadinha de rabo
Acabou a pescadinha de rabo na boca. Passo a explicar, poderemos finalmente sair (se for aprovado) deste marasmo onde quem ganha milhões de euros são os bancos, que criam em conjunto com os construtores arredores desertos, sem nenhuma humanização mas com muita urbanização.
Li hoje que só no Porto existem 160 mil casas vazias, por vender. A qualidade desta construção escreve-se, cualidade.
P.S.- A pergunta de matemática deve fazer parte dos exames nacionais.
A reabilitação não passa pelo
A reabilitação não passa pelo dinheiro dos contribuintes, passa pela lei das rendas. Os inquilinos não pagam as rendas, na justiça os processos arrastam-se vários anos, quando recebem avisos dos tribunais, saem e roubam móveis e electrodomésticos... Isto é verdade, não se passa no reino da fantasia em que muita gente vive. E depois apelam ao investimento!!!...Os Tugas não são parvos...Há emigrantes que deixaram de investir em Portugal por causa das posições irrealistas de certos partidos. É simples...copiem as leis da Europa, que é a realidade social em que vivemos. Maior cego é quem não quer ver. Antigamente falava-se nos "chulos" dos senhorios, agora há mais, os "chulos" dos inquilinos. O Dr. F. Louça não é economista? Não conhece a lei da oferta e da procura? Simples, muito simples...
Pelo que tenho ouvido a
Pelo que tenho ouvido a especulação imobiliária anda a tomar proporções ridículas no Porto. Não sei se são os senhorios ou simplesmente o mercado...
Acho que sim, copiar leis europeias neste campo...vivo na Bélgica, onde os proprietários com casas desocupadas pagam sobre elas impostos maiores.
Está também previsto na lei aqui que se alugue uma casa por menos dinheiro, mas a precisar de obras, que tantas vezes são pequenas coisas que podem perfeitamente ser feitas pelo arrendatário, até por mão própria.
Não sei nada de economia, mas parece me que funciona.
E não esquecer que a maior parte das casas ao abandono, não são sequer propriedade privada!
E nem é preciso ir ao caso extremo da Holanda, onde ocupar uma casa não é ilegal.
Se este projecto de lei for para a frente, volto duma vez à terrinha.
O luxo de viver no centro da cidade...
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