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Valença vai instalar hospital de campanha

Manifestação em Valença do Minho. Foto de Paulete MatosComissão de utentes diz que iniciativa é "uma bofetada de luva branca" no Ministério de Ana Jorge. Ministra diz que decisão de encerrar o SAP é para manter.

Os utentes do Centro de Saúde de Valença do Minho anunciaram que vão montar esta terça-feira um hospital de campanha no Largo da Feira. A estrutura provisória vai prestar serviços gratuitos 24 horas por dia e em regime de voluntariado. A medida é uma nova forma de protesto contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) por decisão do Ministério da Saúde.

A comissão que representa os habitantes da cidade diz que a iniciativa é "uma bofetada de luva branca" ao Ministério de Ana Jorge.

Carlos Natal, porta-voz da comissão criada para lutar contra o encerramento do SAP, diz que os esforços da população para manter o SAP aberto vão prosseguir "até ao fim". Depois da ocupação da unidade local de saúde e de um corte da fronteira com Espanha, a acção dos habitantes de Valença do Minho passa agora pela instalação do hospital de campanha.

O hospital de campanha, frisou Carlos Natal, "será o serviço de urgências que nos acabam de tirar".

"Nós fazemos questão de dar continuidade ao serviço de urgência em Valença e não em Monção. Não temos nada contra Monção, mas de facto é nossa intenção solicitarmos autorização para a abertura [do hospital de campanha]", enfatizou, por sua vez, Álvaro dos Santos, também da comissão de utentes.

O hospital de campanha resulta de uma concertação de esforços entre os utentes, a Câmara Municipal e a delegação local da Cruz Vermelha Portuguesa e deve contar com a prestação voluntária de serviços por parte de médicos, enfermeiros e administrativos.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, em declarações à TSF, garantiu porém que a decisão de encerrar o SAP em Valença é para manter. Para ela, existem todas as condições em Valença para que se feche o SAP do centro de saúde local.

"Há garantidamente todas as condições, quer em duas urgências básicas e uma urgência médico-cirúrgica naquela população. Existem um número elevado de apoios do INEM, das ambulâncias com enfermeiro, os bombeiros foram reforçados", afirma.

Opinião que não é partilhada por Francisco Louçã, coordenador do Bloco de Esquerda, que esteve presente na manifestação em Valença e defendeu, como prioridade, assegurar cuidados de saúde próximos das populações: "Estas pessoas pagam impostos e o dinheiro dos impostos não é para que um administrador nomeado pela PT possa ganhar oito vezes o salário de Barack Obama, mas para que os recursos sejam dados a todos quando são necessários para todos".

E prosseguiu: "Hoje fecha uma maternidade, depois um centro de saúde, um SAP, como se só interessassem os números, as contas e um PEC que implica cortes nos serviços essenciais do país", concluiu.

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