Uribe consegue referendo para prolongar mandato

O presidente colombiano quer ser eleito para um terceiro mandato e o Senado já aprovou o referendo para mudar a Constituição. No passado fim de semana, a Colômbia assinou um acordo que abre caminho ao controlo dos EUA nalgumas bases militares no país.

A votação do Senado não contou com a presença dos membros dos partidos Liberal e do Pólo Democrático Alternativo, pelo que teve 56 votos a favor e dois contra num total de 102 senadores. As acusações de suborno a senadores que antes se opunham a um terceiro mandato presidencial marcaram o debate, mas a proposta de referendo sobre a reeleição de Uribe segue agora para o plenário da Câmara de Representantes, com 166 membros.

A actualidade política colombiana está também marcada pela negociação de um acordo com os Estados Unidos para reforçar a presença de tropas norte-americanas no país. O acordo prevê que em pelo menos sete bases militares haja livre acesso dos militares dos EUA, o que está a preocupar os países vizinhos e em particular a Venezuela.

Hugo Chávez disse há dias que "sopram ventos de guerra" por detrás deste acordo militar e certamente se recordará das críticas que ouviu quando propôs o referendo à alteração da constituição para acabar com os limites à reeleição presidencial. Agora é a vez de Uribe imitar o seu homólogo do país vizinho, mas sob a protecção política de Washington e dos países mais poderosos.

Colômbia e Venezuela tiveram mais um conflito económico nos últimos dias, com o anúncio da não renovação do contrato de abastecimento de combustíveis por parte da Venezuela a algumas regiões fronteiriças do lado colombiano. "O acordo tinha a duração de um ano e acabou na terça-feira. Não vemos razões para renová-lo", disse o ministro da Energia e Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, que também preside à empresa pública de petróleo.