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Turquia: Tribunal anula eleição presidencial

erdoganO Tribunal Constitucional da Turquia anulou ontem a primeira volta das eleições presidenciais, dando razão a um apelo da oposição. As eleições, feitas no parlamento e boicotadas pela oposição, ficaram a dez votos de eleger Abdullah Gül, candidato do partido AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento, do governo, de tendência islamista). Gül era o único candidato e teve 357 votos em 361 parlamentares presentes. Mas o Partido Republicano do povo (CHP, social-democrata) pediu ao Tribunal a anulação da sessão, com o argumento de que só deveria ter sido instalada com a presença de dois terços dos deputados, isto é, 367. O Tribunal deu-lhe razão.

O primeiro-ministro turco Recep Erdogan anunciou que pretende pedir ao Parlamento a convocação de eleições legislativas antecipadas, como solução para a crise instalada. A oposição também já pedira a antecipação do pleito, previsto para Novembro.

De qualquer forma, Erdogan disse que mantinha a candidatura de Abdullah Gül, anunciando que uma nova votação terá lugar na quinta-feira. Caso não reúna os deputados suficientes, seria ainda possível recorrer a uma terceira e quarta volta, quando bastaria ter o apoio de 276 deputados para ser eleito. O AKP tem 352 deputados. Mas o CHP argumenta que a eleição foi anulada e portanto não pode ser repetida: "Um novo processo eleitoral requer um novo candidato", disse o líder social-democrata Denize Baykal.

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