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Timor-Leste: Xanana indigitado primeiro ministro, Fretilin contra

Presidente de Timor-Leste anunciando a indigitação de Xanana Gusmão, na presença dos chefes das Forças Armadas e da Polícia - Foto da LusaO presidente da República de Timor-Leste indigitou Xanana Gusmão para formar governo. Ramos-Horta, na sua declaração, afirmou: "Decidi chamar a Aliança [Aliança para a Maioria Parlamentar] a formar governo por representar neste momento a opinião política da maioria".
A Fretilin, o partido mais votado mas que não tem maioria parlamentar, discorda da indigitação e considera-a "inconstitucional". O presidente da Fretilin, Francisco Guterres Lu-Olo, declarou à Rádio Renascença: "Não vamos cooperar com este Governo. Vamos continuar a lutar - não através da violência - mas por vias legais".

O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos Horta, justificou a indigitação dizendo "não estamos em tempo nem em ocasião de repetir eleições que, aliás, a Constituição proíbe" e acrescentando: "As maiorias e as minorias estão no Parlamento e não nas ruas, porque o povo delegou nos deputados poderes para o representar".

A Fretilin não aceita a decisão de Ramos Horta e considera que o governo não terá "valor jurídico nenhum".

O presidente deste partido declarou: "A Fretilin rejeita totalmente este governo e vai continuar a combater no sentido de não cooperar com este governo inconstitucional, um governo que não serve para nada, um governo que viola a Constituição da República Democrática de Timor-Leste" e acrescentou que vão combater no parlamento e "abrir mais outras frentes de luta", através de "manifestações nos distritos".

A Aliança para uma Maioria Parlamentar é composta pelo CNRT, liderado por Xanana Gusmão, pela coligação ASDT-PSD e pelo Partido Democrático, no conjunto têm 37 deputados, enquanto a Fretilin tem 21. No final de Julho, a Aliança elegeu (notícia no esquerda.net) para presidente do parlamento Fernando Araújo, presidente do Partido Democrático, com 41 votos em 65 deputados.

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