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Tensão cresce no Paquistão, anuncia-se boicote às eleições

Manifestantes atiram pedras contra a polícia em Rawalpindi. Foto Lusa/EPA/T. MUGHALA tensão continua ao rubro no Paquistão, onde se sucedem os protestos contra o governo e em repúdio pelo assassinato da líder oposicionista Benazir Bhutto. O ex-primeiro ministro Nawaz Shrif anunciou que vai boicotar as eleições de 8 de Janeiro, e o Partido do Povo (PPP), de Bhutto, ainda não decidiu o que fará.  

Uma nova manifestação juntou dez mil pessoas em Lahore no sábado. A mulltidão gritou palavras de ordem contra o governo e entoou orações por Benazir. Horas depois, o presidente Pervez Musharraf ordenou que as forças de segurança demonstrassem firmeza nas ruas.

Em Karachi, uma cidade de 12 milhões de habitantes, mais de dez mil soldados patrulhavam as ruas, que exibiam marcas de violência. Na cidade que era o bastião do PPP, as lojas e postos de gasolina permaneciam fechados.

Entretanto, instaurou-se a confusão sobre as causas da morte de Benazir Bhutto. O governo sustenta que a líder do Partido do Povo do Paquistão não morreu devido a ferimentos de balas ou estilhaços de bomba, mas por bater com a cabeça no carro, quando este foi atingido pela onda de choque da explosão, citando os médicos que realizaram a autópsia. Mas a porta-voz da ex-primeira-ministra insiste que Bhutto foi atingida por uma bala, que entrou pela nuca e saiu pela frente. "É ridículo, é uma tentativa de mascarar a verdade", disse Sherry Rehman, que garantiu que Bhutto sangrou tanto que teve de ser transferida para o seu carro, que também ficou cheio de sangue.

Diante da polémica, o governo do Paquistão disse estar disposto a exumar o corpo, se o seu partido assim o desejar, para determinar as causas exactas da sua morte. "Mas o mais importante não é saber o que a matou, mas sim quem a matou", disse Javed Cheema, porta-voz do Ministério do Interior.

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