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Televisão pública discrimina

RTP NÃO QUER SÁ FERNANDES NO "PRÓS E CONTRAS"
sa_fernandes20060816A RTP não convidou José Sá Fernandes para o programa "Prós e Contras" da próxima segunda-feira sobre Lisboa, onde irão estar presentes todos os outros cabeças de lista eleitos nas últimas eleições.
O alerta foi lançado pelo gabinete municipal do Bloco, que lembra em comunicado que Sá Fernandes, como cabeça de lista pelo Bloco de Esquerda, apoiado pelo Partido da Terra, por renovadores comunistas e diversas personalidades como Gonçalo Ribeiro Teles, António Barreto e Rui Vieira Nery, obteve o quarto melhor resultado, com quase o dobro dos votos da quinta força política.  "Este não convite é obviamente discriminatório e viola o princípio da pluralidade informativa", diz o comunicado. O canal público de TV justificou-se mais tarde, dizendo que apenas as forças políticas que formaram coligações para a governação da autarquia podem estar presentes. Na abertura do Encontro Autárquico do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã referiu-se a esse critério: "Este é um critério criado propositadamente para excluir o representante do BE", afirmou. Leia a carta de protesto enviada ao provedor da RTP por José Fonseca e Costa 

Para o gabinete municipal do Bloco de Esquerda, a RTP não quer deixar que no próximo debate os lisboetas oiçam a voz mais incómoda e a que no último ano apresentou as propostas mais construtivas para Lisboa. O comunicado recorda ainda que Sá Fernandes é o único que se opõe a um "antiquado e ultrapassado projecto de «Requalificação da Baixa Chiado», que aposta num conjunto de soluções desajustadas".

O comunicado afirma ainda que "Este comportamento da RTP é ainda mais inqualificável por se tratar da estação de serviço público de televisão e por à última hora (à meia noite de sexta-feira) ter ousado propor a José Sá Fernandes que ocupasse um lugar na plateia, numa atitude de falta de respeito pela Missão Pública que exerce e pelo princípio da igualdade."

Dos cinco partidos eleitos na vereação da CML, o Bloco de Esquerda é o único que não terá representação no programa da próxima semana, justificando o canal público de televisão que apenas as forças políticas que formaram coligações para a governação da autarquia podem estar presentes. Daí resulta que Carmona Rodrigues, Manuel Maria Carrilho, Maria José Nogueira Pinto e Ruben de Carvalho tenham sido convidados para o programa, ficando apenas de fora José Sá Fernandes.

"Este é um critério criado propositadamente para excluir o representante do BE", afirmou Francisco Louçã, na abertura do encontro autárquico do Bloco. Trata-se de uma "acção censória, inaceitável, que deturpa o sentido que o lisboetas quiseram dar à governação da sua cidade", defendeu o coordenador nacional do BE. Francisco Louçã lembrou que o partido foi o quarto mais votado em Lisboa, nas últimas eleições autárquicas, pelo que esta atitude do canal de televisão estatal é uma clara forma de "censura" do trabalho desenvolvido pelo BE na autarquia de Lisboa. Louçã aproveitou para lembrar o constante "combate à corrupção" que tem sido a marca da acção do BE na Câmara Municipal da Lisboa, e a "defesa dos interesses públicos contra os benefícios dos privados", nomeadamente do sector da construção civil e do imobiliário.

Ainda em relação à postura da RTP, o coordenador nacional advertiu que "o Bloco de Esquerda não aceita este princípio de exclusão e irá lutar contra ele". A não existir um recuo por parte do canal público de televisão, o BE pondera recorrer desta decisão para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

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