Sucessor da directora demitida é vereador do PS

29 de June 2007 - 16:58
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correia de camposA exoneração de uma directora do Centro de Saúde em Vieira do Minho, por não ter retirado uma fotocópia afixada com comentários a uma entrevista de Correia de Campos continua a despertar reacções. Deputados socialistas dizem-se "incomodados" com a exoneração, mas o ministro reafirma e acusa a ex-directora de "deslealdade e" e "incapacidade". O médico que afixou a fotocópia é vereador da CDU em Guimarães e assumiu logo a responsabilidade. Maria Celeste Cardoso, por seu lado, já desmentiu o ministro e afirma que mandou retirar a fotocópia assim que teve conhecimento dos factos. E para o lugar da directora demitida, o governo acabou por nomear um médico vereador do PS em Ponte da Barca.
A fotocópia afixada por um médico na sala de espera do Centro de Saúde continha uma entrevista do ministro da Saúde ao JN. Correia de Campos dizia que, pessoalmente, em caso de urgência não ia recorrer ao Serviço de Atendimento Permanente

"Faça como o ministro e desapareça daqui. Fuja, está num SAP", acrescentou o médico na mesma fotocópia.



A fotocópia foi afixada num domingo e nesse mesmo dia um utente apresentou uma reclamação a esse respeito no livro amarelo do Centro de Saúde. O médico em causa assumiu a autoria da afixação da entrevista, acompanhada daquele comentário, numa declaração enviada à Sub-Região de Saúde de Braga e depois para a Administração Regional de Saúde-Norte.



A directora do Centro de Saúde não se encontrava no local e, segundo a acusação do despacho, é exonerada "por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo".



O caso aconteceu no ano passado mas apenas quinta feira o despacho de exoneração foi publicado em Diário da República. Entre os deputados socialistas que manifestaram incómodo, Manuel Alegre saiu a terreno para criticar Correia de Campos, apelidando o caso como "uma reacção desproporcionada e pouco conforme com a tradição de tolerância e de espírito crítico dos socialistas".