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Segundo Sá Fernandes, Carmona Rodrigues mentiu

Parque MayerEm declarações à televisão, em resposta às revelações feitas por José Sá Fernandes sobre o negócio Parque Mayer/Entrecampos celebrado pela CML, o Presidente da autarquia, Carmona Rodrigues, afirmou que todo o processo foi transparente e assegurou que a documentação respectiva está na posse dos órgãos autárquicos que decidiram sobre esta matéria - Câmara Municipal de Lisboa e Assembleia Municipal de Lisboa. De acordo com o vereador do BE na CML, esta afirmação não corresponde à verdade, já que existem três avaliações do valor dos terrenos do Parque Mayer, uma das quais não foi feita pela Bragaparques, e a qual não consta do processo existente na Assembleia Municipal de Lisboa, órgão onde todo o processo de decidiu, nomeadamente nos processos das Comissões Eventuais para o Acompanhamento do negócio Parque Mayer. É justamente nesse documento que os terrenos do Parque Mayer são avaliados por um montante cinco vezes menor - 9 milhões de euros - aos 50 milhões que serviram à permuta.
Leia notícia anterior Em comunicado de imprensa, Sá Fernandes defendeu que «o afirmado pelo Presidente da edilidade não corresponde à verdade», e exorta o edil a esclarecer por que motivo este documento não foi apresentado na AML. O mesmo documento adianta que o Grupo Municipal do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal vai requerer à presidente daquele órgão, Paula Teixeira da Cruz, a confirmação de que efectivamente a avaliação em causa não consta no respectivo processo.

As afirmações de Carmona Rodrigues surgiram em resposta às declarações de José Sá Fernandes, no passado sábado, em conferência de imprensa, altura em que o vereador reagiu à acusação de corrupção activa deduzida pelo Ministério Público, sobre o sócio-gerente da Bragaparques, Domingos Névoa, por tentar corrompê-lo, oferecendo-lhe 200 mil euros para declarar publicamente que negócio do Parque Mayer/Feira Popular tinha sido bem feito.

«Domingos Névoa quis calar-me por troca de dinheiro e mostrou que este era o seu hábito no tratamento dos negócios», disse nessa altura Sá Fernandes, que lembrou que, em Fevereiro de 2006, quando foi conhecida a tentativa de corrupção, pediu à autarquia uma relação de todos os negócios celebrados entre a CML e a Bragaparques e que até hoje nada lhe foi entregue, pelo que irá requerer novamente ao Executivo para que apresente essa listagem.

O vereador exige também uma explicação sobre o facto de não ter sido revelada a existência da referida avaliação dos terrenos da permuta, de cerca de 9 milhões de euros.

«Quero que se faça justiça e que este seja um caso exemplar no combate à corrupção em Portugal. A forma como as instituições actuaram sobre significa que esse combate pode ser feito», elogiou, acrescentando que acredita que «todas as forças políticas na CML» estarão do seu lado nesse combate.

Sá Fernandes considerou que este caso, por si só «é suficientemente grave para ser feita uma sindicância à CML», e insistiu que foi feito «um péssimo serviço para a cidade, lesivo para os seus interesses», pelo que defendeu a sua anulação por parte do Executivo.

 Francisco Louçã, que esteve presente na conferência de imprensa, destacou que, «todos ouvimos falar de casos de corrupção, mas esta é a primeira vez que um vereador presta um contributo extraordinário, com este, para o combate activo à corrupção». Saudando a acusação do Ministério Público, o líder do BE referiu ainda que «os lisboetas têm motivos para estarem orgulhosos pela eleição deste homem íntegro, que apresenta alternativas à governação e que tem uma visão da cidade», referiu.

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