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Saramago solidário com activista saaraui

A "Se estivesse em Lanzarote, estaria contigo", escreveu Saramago na carta à activista saaraui Aminetu Haidar, que continua em greve de fome no aeroporto de Lanzarote. Expulsa ilegalmente de Marrocos, Aminetu rejeitou o estatuto de "refugiada" oferecido pelo governo espanhol.

 

A carta do escritor português foi lida na 35.ª reunião mundial de solidariedade com a causa do Saara Ocidental, realizada em Barcelona. Saramago refere a acusação de "separatismo" que o embaixador marroquino em Madrid dirigiu à activista. "Separatistas são os que separam as pessoas da sua terra, as expulsam", responde o escritor, que pede à activista para não levar a greve de fome até ao fim. "Querida Aminetu Haidar, dás um exemplo valioso em que todas as pessoas e todo o mundo se reconhece. Não ponhas em risco a tua vida porque tens pela frente muitas batalhas e para elas és necessária. Os teus amigos, e os amigos do teu povo, defender-te-emos em todos os foros que forem necessários".

"Aminetu não tem um problema, quem o tem é Marrocos. E pode resolvê-lo, terá de o resolver e não apenas para uma mulher frágil, mas para todo um povo que não se rende porque não pode entender nem a irracionalidade nem a voracidade expansionista, própria de outros tempos e de outro grau de civilização", conclui Saramago.

O Nobel da Literatura junta-se aos apelos do movimento de solidariedade com Aminetu Haidar para que o governo espanhol a deixe regressar ao aeroporto de el Aaiún no Saara Ocidental, onde as autoridades marroquinas lhe retiraram o passaporte e a expulsaram. A Plataforma de Solidariedade está a recolher assinaturas para levar este apelo ao governo de Madrid.

A proposta de concessão do estatuto de "refugiada" em Espanha, feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Miguel Angel Moratinos, foi considerada "inaceitável" por parte de Aminetu, que já leva uma semana de greve de fome.

"Sinto-me indignada e humilhada com este tipo de propostas. Não cheguei a Lanzarote como refugiada, mas sim expulsa, contra a minha vontade, do meu próprio país por parte do governo marroquino ocupante do Saara Ocidental", declarou a activista conhecida como a "Ghandi saaraui" foi expulsa no aeroporto da sua cidade natal quando regressava de uma viagem que passou pelos Estados Unidos para receber o prémio "Coragem Civil" da Fundação Train.

 


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