You are here
Sócrates vaiado e obrigado a sair pela porta lateral
A visita de José Sócrates à escola António Arroio, em Lisboa, não lhe podia ter corrido pior. Os alunos brindaram-no com uma vaia monumental, protestando contra o desinvestimento nas artes e contra a forma como as obras se desenrolam na escola. "Governo fascista é a morte do artista" foi um dos cânticos mais entoados. Sócrates teve que sair pela porta lateral para evitar os manifestantes.
O arranque de obras em simultâneo com a realização de exames revoltou a maior parte dos estudantes da escola secundária António Arroio. À reportagem da Antena 1, um dos alunos concentrados no local deu voz às queixas de falta de sentido de oportunidade na calendarização das obras, que o Ministério da Educação enquadra no Programa de Modernização do Parque Escolar do Ensino Secundário.
"Nós temos exames nacionais, temos provas de aptidão artística e estão a fazer obras na nossa escola nessa altura. Não temos condições nenhumas para fazermos o nosso trabalho. Temos de fazer em menos tempo mais trabalho. Não temos como. E fazem obras numa escola que está em perfeitas condições para aquilo que tem que fazer", afirmou o estudante.
"Com um Governo fascista não se pode ser artista" era o mote dos alunos. José Sócrates e os ministros que o acompanhavam tiveram de "fugir" por uma porta lateral, para evitar o confronto com os manifestantes.
A Associação de Estudantes garante que o protesto foi espontâneo e nasceu apenas com o objectivo de defender a arte em Portugal, algo que, segundo os alunos, não acontece neste momento.