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Sócrates nega apoiar OPA sobre Cimpor

Sócrates garantiu não saber da OPA sobre a CimporNo debate quinzenal, o primeiro-ministro garantiu não apoiar nem ter tido conhecimento antecipado da OPA por parte de uma empresa brasileira à cimenteira.

 

“Essa OPA realizada numa empresa brasileira junto da CIMPOR não tem o apoio do Governo e nunca o Governo foi consultado ou informado previamente sobre a existência dessa OPA", disse José Sócrates em resposta à pergunta de Francisco Louçã.

“Nunca fui informado, nem antes, nem previamente, quando a operação estava em curso”, sublinhou Sócrates, contrariando as declarações de um responsável da Companhia Siderúrgica Nacional, que afirmara à imprensa ter o apoio do Governo português para a operação. Francisco Louçã lembrou que quando a CGD adquiriu 10 por cento da CIMPOR e mais 15 por cento de penhora de outras acções da empresa garantiu que não haveria alterações na estrutura accionista da empresa, ou seja, que não permitiria que deixasse de ser uma empresa portuguesa. E concluiu dizendo que o primeiro-ministro se tinha recusado a dizer o que fará o Estado agora que a OPA está em cima da mesa.

Outro ponto alto do debate aconteceu a propósito da tentativa do patronato do comércio em aproveitar a lei do Código do Trabalho que permite aumentar o horário de trabalho para as 60 horas semanais. Louçã levantou a questão e Sócrates preferiu deixar a resposta para a ministra do Trabalho, que confirmou em toda a linha a posição do patronato. Helena André disse que é isso mesmo que a lei prevê e que a sua aplicação é matéria de negociação e entre patrões e sindicatos, não devendo o governo imiscuir-se nelas.

O clima de tensão entre Sócrates e Cavaco Silva esteve sempre latente ao longo do debate, com o primeiro-ministro a não resistir a algumas tiradas com destinatário em Belém, como quando tentou gracejar a propósito da ausência de um assessor de imprensa em Belém durante algum tempo. Respondendo às questões sobre o assunto, o primeiro-ministro disse que as divergências de opinião são normais em democracia e não implicam qualquer desrespeito institucional.

 

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