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Sócrates “regressa à escola” sob vaias

José Sócrates à chegada à Escola Secundária Frei Heitor Pinto, na Covilhã, 9 de outubro de 2007.  Foto ANTÓNIO JOSÉ/LUSAO primeiro-ministro, José
Sócrates, foi recebido pelo protesto de uma centena e meia de
pessoas na chegada à sua antiga escola, a Secundária
Frei Heitor Pinto, na Covilhã, onde participou da iniciativa
europeia "Regresso à Escola". O protesto, convocado
pela União de Sindicatos da Covilhã, ganhou mais
importância depois que, na segunda-feira, dois agentes da PSP
visitaram a sede do Sindicato dos Professores da Região
Centro, com atitudes classificadas de "intimidatórias"
pelos dirigentes sindicais.

Ao chegar, o primeiro-ministro disse que "a
democracia faz-se assim: há quem aplauda, há quem
assobie" e que aguardava o resultado do processo de averiguações
instaurado pelo ministro da Administração Interna, Rui
Pereira., ao incidente com a polícia. "A explicação que a polícia nos dá
é que pretendeu organizar a manifestação e fazer
os possíveis para que tudo corresse bem. Não podemos
partir do princípio que isso não é verdade",
disse Sócrates.

O Sindicato dos Profissionais de
Polícia considerou que a PSP está a ser "o bode
expiatório da hostilidade dos sindicatos para com o
primeiro-ministro".

O Sindicato dos Professores da Região
Centro denunciou que os dois agentes da PSP "à civil"
levaram consigo dois documentos de informação e
arrogaram-se, segundo a dirigente sindical Dulce Pinheiro, "a
dar conselhos", como o de "que tivéssemos cuidado
com a linguagem, que não fosse atentatória da
integridade pessoal".

Para o Sindicato, a visita da PSP
"constitui uma clara violação dos direitos,
liberdades e garantias e das instituições
democráticas".

A deputada Ana Drago encaminhou ao
Ministro da Administração Interna um requerimento em
que lembra que esta não é a
primeira vez que no mandato de Sócrates ocorrem situações
de perseguição a manifestantes, "uma situação
já denunciada pelo Bloco de Esquerda e que é
elucidativa do clima autoritário imposto pelo executivo".

A
deputada pergunta qual a base legal invocada pelas autoridades
policiais para solicitarem informações sobre as acções
que o sindicato tem calendarizadas; se o Governo tem conhecimento das
outras visitas, "rotineiras", das forças policiais a sedes
sindicais;e se existem indicações governamentais para
os comandos policiais sobre o eventual perigo para a "segurança
pública" causada pelos sindicatos.

PCP, PSD e CDS-PP reagiram com críticas
ao ocorrido, tendo o PSD já anunciado que requereu a "audição
urgente" do ministro da Administração Interna no
Parlamento.

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