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Revolta na Hungria

PRIMEIRO-MINISTRO ADMITE TER MENTIDO PARA GANHAR ELEIÇÕES
hungrialusapicwMilhares de manifestantes incendiaram carros e tentaram atear fogo à sede da TV húngara esta madrugada, exigindo a demissão do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, do Partido Socialista. O motivo da fúria popular foi a divulgação de uma gravação em que Gyurcsany admitia ter mentido para ganhar as eleições de Abril deste ano. O primeiro-ministro, que foi reeleito, prometeu durante a campanha eleitoral que iria reduzir impostos, mas aumentou-os e cortou benefícios fiscais para arrecadar mais 4,6 mil milhões de dólares. "Mentimos de manhã e mentimos à tarde", disse.

Os manifestantes entraram em choque com a polícia, que usou canhões de água e gás lacrimogéneo. Gyurcsany foi criticado pelo principal partido da oposição, o Fidesz, e pelo Presdiente da República, Laszlo Solyom, politicamente independente: "Nenhum fim pode justificar que qualquer pessoa perca fé na democracia e menos ainda que o faça conscientemente. Espero que o primeiro-ministro admita isto", disse.

A Hungria tem o maior défice da Europa, 10,1% do PIB. O Partido Socialista defendeu o seu primeiro-ministro, apesar da confirmação da veracidade da gravação, que foi divulgada ontem. Uma sondagem mostra que os húngaros estão divididos em relação à demissão do primeiro-ministro: 47% defendem a permanência de Gyurcsany, enquanto que 43% defendem a renúncia, de acordo com a Szonda Ipsos.

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