Relatório denuncia violência homofóbica nas escolas

27 de January 2009 - 13:03
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A rede ex Aequo alerta para o bullyng que se exerce sobre jovens homossexuaisPelo menos seis jovens agredidos por causa da sua orientação sexual abandonaram precocemente a escola, segundo o relatório de 2008 da Rede Ex Aequo - Associação de Jovens Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros e Simpatizantes. A associação recebeu um total de 92 denúncias de discriminação - 19 das quais relatam agressões físicas - e exige do governo medidas urgentes para mudar esta realidade.  

O Relatório sobre homofobia e transfobia do Observatório de Educação da rede ex aequo tem por base denúncias feitas entre Outubro de 2006 e Outubro de 2008, através de um formulário disponível on-line .



No total foram feitas 92 denúncias. 78 jovens dizem ter sido agredidos verbalmente, 19 relatam agressões físicas, mais de 50 denunciam violência psicológica, e oito confessam que tentaram sucidar-se. Dos 92 inquiridos, apenas sete apresentaram qualquer tipo de denúncia das incidências ocorridas e dos que o fizeram apenas dois referiram ter obtido um resultado positivo.



"Algumas das consequências apontadas são isolamento, baixa auto-estima e agressividade contra terceiros chegando em alguns casos a ocorrer auto-mutilação e tentativa de suicídio", assinala o comunicado de imprensa da rede Ex-Aequo, que acrescenta ainda: "a agressão, quando existe, é de forma marcadamente continuada, sendo a maioria relatada com uma ocorrência superior a 5 vezes"



O relatório contém testemunhos na primeira pessoa, como este: "Presenciei um confronto entre uma funcionária auxiliar de educação e duas amigas minhas, ambas lésbicas. A auxiliar chamou-lhes nomes, embaraçou-as em público. Nunca houve uma resposta da escola no sentido de protecção dessas alunas."



A rede ex aequo enviou o relatório do Observatório de Educação à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. Entre outras medidas, esta associação propõe a introdução do tema da homofobia nos currículos de educação sexual e formação cívica, porque dizem ser "urgente formar e informar correctamente professores, alunos e auxiliares".