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Reabertos túneis sob a fronteira entre Egipto e Gaza

Um túnel de Gaza a funcionarOs túneis que permitiram aos palestinianos de Gaza furar o bloqueio imposto por Israel já estão a funcionar outra vez. Muitos sobreviveram aos bombardeamentos, outros sofreram danos menores. Israel afirma que eram mais de mil na fronteira de 14 quilómetros com o Egipto, e que a sua destruição era um dos principais objectivos da guerra. Mas o verdadeiro canteiro de obras que já está montado na área mostra que o objectivo falhou.

{youtube}-RzVGx99qEo{/youtube}Um vídeo da agência de notícias Associated Press mostra um desses túneis a funcionar e um camião-tanque a ser abastecido de combustível trazido através de um túnel.

A azáfama em torno dos túneis ainda mais se justifica pela decisão de Israel de só permitir a passagem de ajuda humanitária pelas fronteiras, mantendo o bloqueio em relação ao comércio regular.

"É impossível impedir o funcionamento dos túneis. Eles foram escavados para lutar contra o embargo imposto por Israel. É a nossa sobrevivência", diz ao Le Monde um palestiniano que trabalha nos túneis. Calcula-se que mais de 20 mil pessoas trabalham nesta actividade. "Só os egípcios podem deter-nos. Mas eles não têm interesse. Isto traz-lhes muito dinheiro, 50% sobre os benefícios, sem falar de todas as comissões. Só importamos mercadorias, não armas. Mas partidos como o Hamas têm os seus próprios túneis e não sabemos o que eles fazem."

Funcionaram durante a guerra

Segundo o diário israelita Haaretz, os túneis foram usados mesmo durante a guerra, e permitiram a passagem de um grupo de médicos alemães que queriam trabalhar na assistência médica aos habitantes de Gaza. O diário diz que na actividade de fornecimento de mercadorias estão envolvidos também os beduínos do Sinai, em relação aos quais o governo egípcio fecha os olhos.

Além de tentar destruir os túneis, Israel assinou, antes do cessar-fogo, um protocolo com os EUA para a monitorização da fronteira. Mas os egípcios têm-se recusado persistentemente a aceitar monitorização internacional no seu território.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse numa entrevista recente que o Hamas recebeu a maioria das suas armas pelo mar, numa costa que continua a ser patrulhada por Israel. Isaac Ben-Israel, deputado do partido Kadima, de Israel, é da mesma opinião: "Tanto quanto sabemos, [os rockets] são contrabandeados pelo mar, não pelos túneis", disse à rádio do Exército de Israel.

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