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Quatro mil casas em risco entre Esmoriz e Vagueira
O avanço do mar que na noite passada fez estragos em dezenas de habitações na praia de Esmoriz pode ser apenas uma pequena amostra do que está para vir. O Jornal de Notícias citou esta tarde uma investigadora da Universidade de Aveiro que tem em preparação um doutoramento sobre protecção do risco costeiro e que confirma os motivos de preocupação dos moradores naquela parte da orla costeira. Segundo Luísa Pinho, são cerca de quatro mil as habitações em risco.
Segundo o JN, no âmbito deste trabalho académico, a investigadora fez um levantamento das habitações existentes nas áreas de risco definidas pelo Instituto da Água (INAG). Este levantamento abrange as praias de Esmoriz, Cortegaça, Furadouro, Torreira, Barra, Costa Nova e Vagueira, nos concelhos de Ovar, Murtosa, Ílhavo e Vagos. Esmoriz e Vagueira são as zonas mais preocupantes, dado que é precisamente aqui que as habitações se encontram mais próximas do mar.
Para Luísa Pinho, a construção de estruturas de defesa da costa servem apenas para remediar o problema, já que apenas vão transferir mais para sul o avanço do mar sobre a costa. A investigadora acrescenta que uma política responsável do ordenamento do território é a única solução para o problema, acompanhada de um reforço da fiscalização eficaz, ou seja, que impeça a construção em zonas junto do mar.
Esta noite, o mar não deu descanso aos moradores da costa de Esmoriz e a vigilância prosseguiu já depois da maré cheia por volta das sete da manhã. A ondulação acalmou entretanto, e já esta tarde as vinte e cinco famílias afectadas pelo avanço do mar esperavam as máquinas para reforçar com pedra e gravilha a estrutura de defesa da costa, ainda a tempo da próxima maré cheia ao princípio da noite.