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Quarto suicídio em Guantánamo

guantanamo3Um prisioneiro saudita da base americana de Guantánamo, ter-se-á suicidado ontem, segundo as autoridades norte-americanas. Trata-se do quarto detido que se suicida na prisão de Guantánamo desde a sua utilização, em Janeiro de 2003, como local de reclusão de cerca de 380 presos estrangeiros suspeitos de terrorismo, sem direito a assistência jurídica ou humanitária. Entretanto, o relator da ONU para os direitos humanos acusa os EUA de o impedirem de falar em privado com os prisioneiros de Guantánamo.

A Agência Lusa informa que um prisioneiro de nacionalidade saudita que se encontrava detido na prisão da base naval de Guantánamo, em Cuba, morreu na quarta-feira, aparentemente por suicídio, segundo as autoridades militares norte-americanas.

Em comunicado, o Comando Militar Central dos EUA indica que «quando os guardas encontraram o detido na sua cela, este não respondia e dava sinais de paragem respiratória».

«Depois de esgotadas as tentativas para o reanimar, um médico declarou o óbito», acrescenta o comunicado, que não esclarece como terá sido praticado o suicídio.

O Governo dos Estados Unidos continua a ignorar numerosas críticas de outros países e de organizações não governamentais no sentido de encerrar a prisão em face do tratamento que dá aos prisioneiros, alegando que se trata de «perigosos terroristas» e que mantê-los em Guantánamo é necessário para a segurança do país.

Entretanto, Martin Scheinin, relator da ONU para os direitos humanos e luta contra o terrorismo, pediu aos EUA para se retratarem perante o Conselho de Direitos Humanos, por terem impedido um encontro em privado com os prisioneiros de Guantanamo.

A convite do governo americano, Scheinin visitou os EUA de 16 a 25 de Maio para estudar o grau de respeito aos direitos humanos e os métodos utilizados para combater o terrorismo, mas foi impedido de se reunir a sós com os prisioneiros.

"As entrevistas sem testemunhas fazem parte dos padrões universais de referência para todo os relatores especiais da ONU. Em muitas partes do mundo, são essenciais para proteger as pessoas dos abusos", relatou Scheinin.

O relator denuncia que a falta de colaboração demonstrada pela CIA reforça a suspeita de que esta agência "esteve envolvida, e continua, no uso de técnicas de interrogatório que violam a legislação internacional".

Scheinin lembrou que no Afeganistão há cerca de 700 presos e no Iraque outros 18 mil. "Em alguns casos, eles parecem estar detidos por causas relacionadas com a luta contra o terrorismo, sob um estatuto legal similar ao da base de Guantánamo"

Veja também a notícia  "Guantanamo: mais 165 presos em solitária"

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