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Quarteto ignora Hamas e fala em Estado Palestiniano viável

reuniao_quarteto_lx.jpgReunidos no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, durante cerca de duas horas, os representantes dos EUA, ONU, União Europeia e Rússia disseram ser favoráveis à criação de um Estado Palestiniano estável, viável e que coexista com Israel. O Quarteto saudou a iniciativa de George W. Bush de promover no Outono conversações sobre a criação do Estado Palestiniano. Num apoio claro ao presidente palestiniano, Mahmud Abbas, o Quarteto encorajou a assistência financeira "directa e rápida" à Autoridade Palestiniana. O Hamas não foi sequer mencionado.

A declaração incentiva ainda palestinianos e israelitas a cumprir as suas obrigações no âmbito do Roteiro de Paz, especificamente o fim da expansão dos colonatos, dos postos de controlo não autorizados e da violência e do terror.

A declaração expressa ainda "grande preocupação" pelas condições humanitárias na Faixa de Gaza, actualmente controlada pelo Hamas, cujo governo foi destituído por Abbas depois de o Hamas ter assumido o controlo da Faixa de Gaza.

O Quarteto exortou ainda as partes na região a trabalhar em sintonia com Tony Blair, nomeado como enviado à região, com quem discutiu hoje "o trabalho urgente que tem pela frente".

Blair afirmou que está determinado a criar condições para "tornar real" a solução de dois Estados: "de um lado, Israel, confiante na sua segurança. Do outro, a Palestina, como Estado viável".

Curiosamente, o movimento Hamas, vencedor das eleições legislativas palestinianas, sequer é mencionado na declaração do Quarteto.

Além de Ban Ki-moon, Tony Blair e Condoleezza Rice, participaram na reunião o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros português e presidente do Conselho de Ministros da UE, Luís Amado, o alto representante da União para a Política Externa, Javier Solana, e a comissária europeia para as Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner.

 

Libertação de presos

Entretanto, Israel libertou hoje 255 palestinianos que estavam presos em Ketziot (sul de Israel), num gesto de apoio ao líder palestiniano Mahmud Abbas, na sua disputa com o Hamas.

Cerca de 85% dos palestinianos libertados são militantes da Fatah e os restantes 15% pertencem às Frentes Democrática e Popular de Libertação da Palestina (FDLP e FPLP). Nenhum deles é do Hamas. Há 10 mil presos palestinianos nas cadeias israelitas.

Um dos presos quis permanecer na prisão porque se negou a assinar uma declaração na qual se comprometia a não participar em actividades futuras contra Israel.

No dia 9 de Julho, o primeiro-ministro Ehud Olmert afirmara que libertar os presos palestinianos que de qualquer forma iam ser libertados a curto prazo equivalia a um "insulto para os palestinianos". Olmert fez esta afirmação durante uma reunião com membros do seu partido Kadima.

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