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Projectos de Tróia dificultam acesso às praias e prejudicam ecossistemas
O Bloco de Esquerda iniciou em Setúbal as jornadas das alterações climáticas. Neste Sábado de manhã, os bloquistas fizeram o desfile do "Cavalo de Tróia", que teve início na cidade de Setúbal e foi até à praia de Tróia. Em declarações à comunicação social, Francisco Louçã criticou o governo por viabilizar condomínios de luxo na Península de Tróia e no Litoral Alentejano, "que dificultam o acesso às praias e põem em risco os ecossistemas costeiros". Sábado à tarde, o BE realizou outra iniciativa na Costa da Caparica, "inauguração de um projecto PIN - Hotel flutuante 7 estrelas", um alerta para o avanço do mar nas zonas costeiras.
Veja a fotogaleria - fotos de Paulete Matos
No desfile do "cavalo de Tróia", participaram as deputadas Alda Macedo e Mariana Aiveca e os deputados Francisco Louçã e Fernando Rosas. O "Cavalo de Tróia", com cerca de dois metros de altura, foi transportado aos ombros pelas ruas do centro de Setúbal, embarcou no ferry-boat e seguiu até à praia de Tróia. Uma faixa com a frase "Tróia é de [email protected] - o betão é só de alguns" e com duas fotos de Tróia, "antes dos negócios" e "depois dos negócios", abria o desfile.
Francisco Louçã salientou: "Estes interesses imobiliários em toda a península de Tróia, com 50 quilómetros de praias, dão a ideia de como os interesses económicos têm pisado os direitos das pessoas".
À agência Lusa, a deputada Alda Macedo afirmou: "A nossa costa está particularmente frágil por causa do excesso de pressão do imobiliário e aquilo a que estamos a assistir é a um agravamento desta pressão imobiliária, que favorece os negócios associados ao turismo". Alda Macedo deu o exemplo do Troiaresort, um grande empreendimento imobiliário disfarçado de projecto turístico e concluiu: "Por um lado agravam o que os planos de ordenamento da orla costeira reconhecem como uma necessidade - diminuir a pressão na orla costeira -, e por outro privam a população de um acesso fácil e directo ao usufruto das praias e da paisagem".
As jornadas das alterações climáticas promovidas pelo Bloco de Esquerda decorrem entre Julho e Setembro, com realizações em diversos pontos do país (mais informação no site do Bloco de Esquerda) e procuram alertar a população para os problemas do aquecimento global.