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Processo de Bolonha: Louçã contra propinas exorbitantes dos mestrados
Durante um debate sobre Ensino Superior no Instituto Politécnico de Bragança, Francisco Louçã anunciou que o Bloco de Esquerda vai apresentar um Projecto-Lei para impedir que as propinas dos mestrados de Bolonha sejam superiores às da licenciatura, de modo a evitar a exclusão de milhares de alunos deste nível de ensino. Sobre a polémica dos imigrantes que chegaram à costa portuguesa, Louçã afirmou que a política de imigração deve ser de "humanidade" e não de "brutalidade e perseguição". Veja o vídeo da RTP
No debate sobre Ensino Superior no Instituto Politécnico de Bragança, Louçã fez um apelo a estudantes e professores: "É muito importante que haja um movimento de estudantes e que haja professores que se associem à luta para um ensino integrado que dê todas as oportunidades à formação qualificante"
No centro das preocupações está o processo de Bolonha, que dividiu a formação superior em dois ciclos, o primeiro de três anos (licenciatura) e o segundo de dois anos (mestrado). Para Louçã, esta divisão conduz "a uma desqualificação das licenciaturas", comparando-as a um "bacharelato". "As empresas sabem que a licenciatura é o que era um bacharelato antigamente e portanto o que querem é que as pessoas tenham a qualificação ao nível da licenciatura antiga, ou seja fazerem o mestrado", esclareceu.
Francisco Louçã considerou "uma porta para a exclusão a propina cobrada aos estudantes para concluírem o segundo ciclo, entre cinco e dez mil euros" e anunciou que o Bloco de Esquerda vai apresentar um projecto-lei que determina um tecto para a propina deste nível igual ao valor praticado nas licenciaturas.
Interpelado por um estudante sobre o caso dos 23 imigrantes de origem subsariana que chegaram à costa portuguesa, Louçã classificou as afirmações de Paulo Portas de "desumanas e xenófobas". O líder do PP tinha falado na necessidade de "políticas rigorosas de imigração" mas Louçã considera que a solução não passa por "pôr polícia à porta". E esclareceu que "a política de imigração tem de ser uma política de humanidade e não de brutalidade e de perseguição".
Louçã recordou que Paulo Portas "esteve há um mês na convenção de um partido ditador da Tunísia". "Quando se está sentado na varanda de um palácio da Tunísia é tudo muito bonito e não se tem a noção das condições de pobreza em que vive esta gente", acrescentou.