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Prisioneiros da CIA dizem ter sido torturados

preso_guantanamo2Os prisioneiros detidos secretamente pela CIA foram torturados com técnicas diversas, como a privação de sono, a obrigatoriedade de permanecerem de pé e outras chamadas «posições de stress». A revelação consta do relatório confidencial da Cruz Vermelha Internacional, que entrevistou 14 prisioneiros sujeitos ao programa de interrogatórios iniciado em 2002.

A Cruz Vermelha afirma que as técnicas relatadas pelos 14 prisioneiros, incluindo a privação do sono, o permanecer de pé à força e outras chamadas «posições de stress» foram particularmente duras quando combinadas. Este é o primeiro relatório independente das alegações dos detidos contra a CIA desde o início da sua detenção e do programa de interrogatórios em 2002.

O porta-voz da Cruz Vermelha Internacional (CICV), Simon Schorno, disse que as visitas do Comité aos 14 detidos serviram para avaliar as actuais condições de detenção e para ouvi-los em relação às suas detenções passadas. Foi durante estas entrevistas que foram revelados os abusos e a tortura exercida aos prisioneiros, como forma de quebrar a sua resistência e de levá-los a falar durante os interrogatórios. «Nós não comentamos as nossas conclusões publicamente. O relatório é um documento confidencial», afirmou Schorno.

O porta-voz da CIA (central de espionagem norte-americana), Mark Mansfield, recusou comentar o relatório da Cruz Vermelha, sublinhando apenas que os EUA não praticam a tortura. «O programa da CIA de interrogatórios a terroristas tem sido conduzido no quadro da lei, com grande cuidado e uma análise exaustiva, produzindo informação vital que ajudou a frustrar conspirações e a salvar vidas», disse.

Recorde-se que já no final do mês passado, a organização de direitos humanos  Human Rights Watch divulgou um relatório (intitulado "Prisioneiro Fantasma: Dois anos na detenção secreta pela CIA"), em que denunciava o desaparecimento de 38 detidos nas prisões secretas da CIA e alertava para as acusações de tortura a um desses detidos, o palestiniano Marwan al-Jabour.

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