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Polícia de Londres indemniza família de baleado no metro

Jean Charles de Menezes foi perseguido e baleado pela polícia numa carruagem do metro de Londres em 2005Após quatro anos de luta nos tribunais, a família de Jean Charles de Menezes aceitou o acordo que prevê uma indemnização de cerca de 110 mil euros. O brasileiro foi confundido com um bombista suicida e ninguém foi condenado pela sua morte.
 

 

Jean Charles de Menezes era um electricista a caminho do emprego na capital britânica. A polícia confundiu-o com  Hussain Osman, que na véspera tentara um ataque à bomba, na altura em que uma série de atentados em Londres fez 52 mortos e 750 feridos. Ao entrar na carruagem do metro, Menezes não sabia que estava a ser seguido por uma unidade de elite antiterrorista. No tribunal ficou provado que foi empurrado por um agente contra o banco, enquanto outros dois abriram fogo a uma distância entre 1 a 8 centímetros da sua cabeça. Menezes morreu instantaneamente com sete balas no corpo.

A acusação decidiu não levar nenhum dos polícias a julgamento, mas a corporação foi punida com uma multa pesada e o seu responsável, Ian Blair, acabou por ser afastado do cargo. No inquérito independente que se seguiu, a versão policial dos acontecimentos foi rejeitada.

Apesar de ter recebido logo em seguida uma carta com 15 mil libras de "compensação", a família de Menezes nunca desistiu de procurar a verdade do que aconteceu naquela manhã. A falta de recursos financeiros foi anulada pela solidariedade de algumas organizações dos direitos humanos que condenaram a acção policial e prosseguiram em nome da família a luta nos tribunais.

Quatro anos depois, representantes da polícia e da família divulgaram um comunicado conjunto em que põem fim ao litígio, recebendo a família 100 mil libras de compensação, mais as despesas judiciais gastas no processo. Segundo o diário Guardian, ambas as partes se recusaram a comentar as críticas ao reduzido valor da compensação, atribuído ao facto de se tratar duma família pobre do Brasil.

 


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