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Pobreza ocupa muitas das poucas camas hospitalares

Doentes internados numa das clinicas de retaguarda dos hospitais nacionais. FOTO INACIO ROSA/LUSADe acordo com os padrões europeus, Portugal devia ter 15 a 16 mil camas hospitalares mas só tem 2400. Para agravar a situação, uma grande parte das camas estão ocupadas por "razões sociais", dado que muitos dos pacientes "não têm para onde ir". Quem o reconhece é o próprio secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, que esteve presente numa conferência de imprensa promovida pela Ordem dos Enfermeiros.  

"De acordo com padrões europeus, o país devia ter 15 a 16 mil camas. Temos actualmente cerca de 2400 e teremos cinco mil até ao final do ano. Posso supor que [as camas ocupadas nos hospitais por razões sociais] são um número muito significativo por aquilo que é o cálculo das necessidades para cobrir adequadamente a população portuguesa", afirmou aos jornalistas Manuel Pizarro.

Estas declarações foram feitas durante uma conferência de imprensa promovida pela Ordem dos Enfermeiros sobre as unidades de cuidados na comunidade. A bastonária Maria Augusta Sousa, que chamou a atenção para o assunto, referiu que os hospitais necessitam de fazer um grande esforço para continuar a prestar cuidados a estas pessoas, "que precisam de ser vigiadas". "Há muitos casos em que não há sítios para onde mandar as pessoas. As pessoas não têm para onde ir e passa a uma cama ocupada por razão social; é uma cama que não devia estar ocupada por essa pessoa", comentou.

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