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Plano de Obama mantém retirada do Iraque só no fim de 2011

O Pentágono decidiu levantar uma proibição feita à imprensa de fotografar a chegada aos Estados Unidos dos caixões com soldados mortos no Iraque e no Afeganistão. Foto AJ Franklin

O plano de retirada militar do Iraque que o presidente norte-americano anuncia esta sexta-feira prevê deixar cerca de 50 mil soldados após o verão de 2010, altura em que a maioria das tropas deve regressar aos EUA ou ir para o Afeganstão. Enquanto os republicanos aplaudem o plano de Obama, os democratas dizem que não esperavam deixar tantos soldados até ao fim do prazo de retirada negociado ainda pela administração Bush.

 

Depois de retirada a maior parte das tropas ocupantes no fim de Agosto de 2010, os Estados Unidos vão manter no Iraque 50 mil soldados para operações militares e treino do exército iraquiano, o que representa mais de um terço das tropas que estão hoje no Iraque. Será apenas no fim de 2011, como prevê o acordo assinado entre o governo iraquiano e o ex-presidente Bush nos últimos dias do seu mandato, que o último militar americano deverá deixar o país.

O plano de Obama terá o apoio do seu rival John McCain, que criticou duramente as intenções do então candidato democrata sobre o fim da presença militar no Iraque. No fim da apresentação do plano na Casa Branca, os jornalistas notaram o silêncio da maior parte dos presentes, mas também que os elogios vieram sobretudo do lado republicano. O líder democrata no Senado, Harry Reid, disse apenas que "50 mil soldados é um pouco mais do que esperávamos". Já Nancy Pelosi, a líder da Câmara dos Representantes, disse não entender a justificação para deixar tantos militares no país ocupado.

O prazo estabelecido para a retirada aumentou três meses em relação ao que Obama prometera na campanha e a justificação são os conselhos dos homens que comandam as tropas no terreno, como o general Raymond Odierno ou Davi Petraeus. Quanto ao calendário da retirada de cada uma das brigadas, a Casa Branca não se comprometerá com metas mensais e deixará aos comandantes militares norte-americanos no Iraque a decisão de mandar cada brigada de volta a casa.

Mas esse cenário pode não ser uma realidade para muitos soldados, com a aposta de Obama em centrar a acção militar no Afeganistão, o que implicará um reforço das tropas ali colocadas e tornarão o país na principal frente de batalha dos EUA.

O anúncio do plano de retirada surge no mesmo dia em que deverá ser levantada a proibição de fotografar os caixões com soldados vindos do Iraque e do Afeganistão, cobertos com a bandeira norte-americana. Uma fonte citada pela agência France Presse referiu que o secretário da Defesa Robert Gates irá levantar a proibição decretada ainda no tempo do governo de George Bush pai. A imprensa poderá assim voltar a entrar na base aérea de Dover no estado de Delaware, onde aterram os aviões militares que trazem os corpos dos soldados mortos na guerra.

 

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