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PCP retira o resto da confiança política a Luísa Mesquita

Luísa MesquitaO comité central do PCP anunciou a retirada da confiança política a Luísa Mesquita enquanto deputada e vereadora em Santarém. Bernardino Soares, líder parlamentar do partido, disse que a decisão tem a ver com "o crescendo de afirmações públicas ofensivas para o PCP". Em Novembro de 2006, Bernardino Soares já anunciara a retirada de "parte" da confiança política à deputada, quando esta se recusou a abandonar o Parlamento. Luísa Mesquita disse que vai continuar na Câmara de Santarém e na Assembleia da República até 2009, e que vai reflectir se passa ou não a deputada independente.

Bernardino Soares disse que "depois da decisão de 23 de Novembro de 2006, procurámos, ao nível do grupo parlamentar, manter uma situação de não conflitualidade", mas que o partido "foi assistindo à profusão de afirmações públicas ofensivas" por parte de Luísa Mesquita, explicando que a deputada "deixou de representar politicamente o PCP", quer no Parlamento - onde deixará de estar indicada para qualquer comissão - quer na Câmara de Santarém. O líder parlamentar remeteu a decisão sobre uma eventual expulsão para "os órgãos próprios do partido".

"PCP não é dono dos lugares"

Para Luísa Mesquita, "O PCP não é dono dos lugares no Parlamento, naturalmente que tenho o lugar para que fui eleita em 2005". A deputada estranhou que o comunicado do comité central do PCP tenha sido divulgado quando ainda se realizava no Parlamento uma reunião entre ela, o líder parlamentar e um membro da comissão política: "Eu desconheço ainda o comunicado a que tiveram acesso, nem sei se à hora a que foi distribuído já me tinha sido comunicada a decisão de me retirar a confiança política".

Sobre a visita a uma instituição de ensino superior no distrito de Santarém em simultâneo com as jornadas parlamentares do PCP, acto que foi considerado pelo PCP como "claramente provocatório", a deputada tem outra explicação: "A visita estava marcada há meses. Quando me apercebi da coincidência com as jornadas, coloquei a questão à única pessoa com quem tenho direito de contactar no grupo parlamentar: o chefe de gabinete", disse, acrescentando que nada lhe foi dito a não ser "a menos de 24 horas da visita". Ora "em nome da ética e da boa educação, a menos de 24 horas não se desmarcam visitas (...) O PCP não o faz e eu como militante do PCP entendi não o dever fazer", explicou.

Marinha Grande

No dia 2 de Outubro, a concelhia da Marinha Grande do PCP anunciara que o Presidente da Câmara, João Barros Duarte, renunciara ao mandato, por "necessidade de renovação e idade".

Mas Barros Duarte, que se encontrava de férias aquando da tomada de posição pública do partido, não renunciou e meteu baixa médica.

O resultado foi que o PCP da Marinha Grande decidiu então anunciar também a retirada da confiança política ao presidente da câmara, devido à recusa.

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