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Patrões das ETT defendem Vitalino Canas, Bloco responde

Faixa da acção do Bloco na passada 6ª feiraA APESPE, a associação das empresas de trabalho temporário (ETT), acusou o Bloco de Esquerda de "demagogia obscena" e de na marcha contra a precariedade ter tratado o provedor do trabalho temporário, Vitalino Canas, como "bobo da ‘sua' festa". Para o esquerda.net, Jorge Costa, da comissão política do BE, responde: "Obscena é a contratação do porta-voz nacional de um partido que se chama socialista como defensor de um negócio socialmente nocivo, baseado na precariedade do trabalho".

 

O Bloco de Esquerda está a promover uma marcha contra a precariedade, Na passada 6ª feira, o Bloco levou "São Vitalino" a visitar as ETT , uma iniciativa onde se denunciou o apoio do governo às empresas de trabalho temporário, apoio esse personificado no porta-voz do PS e provedor das ETT.

Em comunicado da APESPE (Associação portuguesa das empresas do sector privado de emprego), assinado pelo seu presidente Marcelino Pena Costa, é afirmado que "a Lei do TT, como muito bem sabem no BE, protege o Trabalhador Temporário" e salienta que "os Provedores de qualquer actividade quer pública quer privada, são remunerados pelas entidades que criam essa figura". A APESPE questiona então "porque teria de ser diferente no caso desta actividade?" e responde: "O BE sabe que o Provedor é do Trabalhador Temporário e não das Empresas de Trabalho Temporário. Assunto mais que esclarecido até a nível da AR onde esse partido tem assento".

Por fim, a APESPE diz que "o Trabalho Temporário Organizado e legalizado NÃO pode ser confundido com pseudo-empresas, angariadores de mão de obra e outras entidades, essas sim responsáveis por situações irregulares e de exploração dos trabalhadores que muitas vezes chegam a tomar aspectos de escravatura, como é ‘normal' acontecer com os indocumentados e com os milhares de mulheres que são colocadas na prostituição" e conclui, desafiando o Bloco de Esquerda: "Se o BE estiver interessado nesse combate e não na demagogia obscena, pode contar com o nosso apoio e reconhecimento".

Em entrevista ao esquerda.net, Jorge Costa considerou ainda que "Demagogia é o que faz a associação patronal que paga os honorários de Vitalino Canas, ao dizer que o provedor não é das empresas". E esclarece: "O agenciamento de trabalho temporário, por muito "organizado e legalizado" que esteja, assenta no assalto a trabalhadores desprotegidos e sem alternativas, duplamente explorados pelos patrões das ETT e pelos que as utilizam como intermediário. O Bloco trava um combate decidido contra essas empresas. Foi isso que fez quando se opôs à nova lei do trabalho temporário quando ela foi discutida no parlamento. Nessa altura, confrontou-se com Vitalino Canas, que protestava contra o próprio PS por este não ir suficientemente longe na defesa das ETT. Dois meses depois, o porta-voz do PS era contratado pela APESPE".

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