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Paquistão: advogados na rua contra o estado de emergência

Advogado devolve bomba de gás lacrimogénio em Lahore. Foto EPA/Lusa Os advogados paquistaneses tomaram a dianteira dos protestos contra a imposição do estado de emergência decretado pelo presidente Pervez Musharraf no sábado, realizando manifestações em diversas cidades do país. A polícia atacou com gás lacrimogénio e terá efectuado muitas detenções. Mais de 1.500 pessoas foram presas nas últimas 48 horas. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse que a maior parte da ajuda económica ao Paquistão é consagrada à luta contra o terrorismo e por isso não será afectada.

A maior manifestação ocorreu na cidade de Lahore, com confrontos entre a polícia e os advogados diante do edifício do Supremo Tribunal. Também ocorreram confrontos em Peshawar e Karachi. Em Islamabad, os manifestantes gritaram "Fora Musharraf" e "Musharraf é um cão!"

"Musharraf está a manter reféns os 160 milhões de paquistaneses", disse um dos advogados, ouvido pelo Washington Post. Outro disse que "a guerra vai continuar" até que acabe o estado de emergência.

Durante horas circularam boatos de que Musharraf fora derrubado por um grupo de generais, mas viriam a verificar-se falsos. Reunido com embaixadores de países estrangeiros, o presidente paquistanês disse que mantém o seu compromisso com a transição para a democracia, mas o próprio governo admite que as eleições parlamentares marcadas para Janeiro podem ser adiadas por até um ano.

As estações de televisão independentes estão impossibilitadas de emitir, e soldados armados continuam a montar guarda aos edifícios públicos entrincheirados atrás de sacos de areia. O Supremo Tribunal está cercado por uma barreira de arame farpado e os jornalistas não têm permissão para entrar na área.

Em Jerusalém, onde se deslocou para contactos, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse que o seu governo deve rever a ajuda económica ao Paquistão, mas os Estados Unidos têm interesses antiterroristas e temos de continuar a proteger o nosso país".

Os EUA acordaram cerca de 11.000 milhões de dólares (7.630 milhões de euros) ao Paquistão em ajuda financeira e militar desde 2001.

No sábado, o Pentágono já afirmara que o estado de emergência no Paquistão não terá qualquer impacto no apoio militar dos Estados Unidos aos esforços de Islamabad no combate ao terrorismo.

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