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'Ou morre o capitalismo ou a Terra', diz Evo Morales

O presidente boliviano esteve na abertura da Conferência Mundial dos Povos sobre as alterações Climáticas, que se realiza até dia 22 em Cochabamba.

Uma cerimónia indígena abriu a Conferência Mundial dos Povos sobre as Alterações Climáticas e os Direitos da Mãe TerraO presidente boliviano esteve na abertura da Conferência Mundial dos Povos sobre as alterações Climáticas, que se realiza até dia 22 em Cochabamba.

 

"O capitalismo é sinónimo de inanição, o capitalismo é sinónimo de desigualdade, é sinónimo de destruição da mãe Terra. Ou morre o capitalismo, ou morre a Terra", afirmou o presidente boliviano no encerramento da sessão, perante um estádio cheio em Tiquipaya, com bandeiras da Bolívia, Peru, Chile, Equador, México edo 'whipala' - xadrez multicolorido, símbolo dos indígenas andinos.

"Reunimo-nos aqui com a visão compartilhada de que as coisas não andam bem, que nosso planeta está doente, consequências do sistema capitalista, que tenta converter tudo em mercadoria", continuou. "Nós, povos que habitamos o Planeta Terra temos todo o direito, ético e moral, para dizer que o inimigo central é o sistema capitalista, que busca ganhar o máximo possível promovendo o crescimento sem limites", acrescentou.

A inauguração da Conferência  arrancou com uma cerimónia ancestral protagonizada por representantes de povos indígenas dos cinco continentes do mundo, pedindo ajuda ao "Pai Cosmos" e à "Mãe Terra" para que se consiga encontrar soluções consensuais em defesa da natureza e da humanidade.

Evo Morales, que convocou esta Conferência após o fracasso de Copenhaga, também defendeu a criação de "uma organização paralela às Nações Unidas" que seja "uma nova organização com os movimentos sociais para defender os direitos da mãe Terra". A Bolívia insiste também na proposta de um referendo mundial para exigir dos governos que a temperatura mundial suba menos de 1º, na constituição dum tribunal internacional sobre o Ambiente e a tranferência dos gastos militares para a defesa do ambiente.

A cerimónia ficou também marcada pelas vaias à Secretária-geral da Comissão Económica para a América Latina, que representa na Conferência o secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon. "Viemos escutar os povos com todo o respeito; vocês nos convidaram, mas se não querem que estejamos aqui, nós podemos retirar-nos", disse Alicia Barcena, que acabou por discursar sem mais contratempos.

A Conferência reunirá até quinta-feira 17 mesas de trabalho sobre as mais variadas propostas para apresentar na próxima Cimeira da ONU do México, e o encerramento deverá contar com a presença dos presidentes da Venezuela, Nicarágua, Equador e Paraguai.
 

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